Notícias: Vaticano News - Cardeal Gianfranco Ravasi e o filósofo Luc Ferry

O cardeal Gianfranco Ravasi e o filósofo Luc Ferry confrontam-se sobre fé e razão

Estará na livrarias a partir de 4 de Março «Lo scandalo dell'amore» (Milão, Mondadori, 2014, 200pp, 18 euros) no qual o cardeal Gianfranco Ravasi e o filósofo Luc Ferry dialogam sobre fé, razão, vida, morte, verdade e mentira. Luc Ferry cita o Credo ut intelligam de santo Agostinho no início do livro. «Gostaria de voltar a abordar consigo – diz a Ravasi – esta ideia voluntariamente paradoxal, segundo a qual se deveria primeiro encontrar e depois procurar. Por que escolheu esta abordagem, considerando que se trata de se dirigir a não crentes, no âmbito do Pátio dos gentios?


«O amar precede o compreender – explica Ravasi –. Este assunto pode ser o início para explicitar o meu pensamento sobre a reflexão teológica, que se baseia num esquema que parte de Pascal, o qual dizia que se compreendem as coisas que se amam. Este conceito pode ser ampliado até chegar aos confins da antropologia, ou seja, da experiência comum a cada pessoa humana. Com efeito, a consciência primária da pessoa é simbólica, está marcada por um movimento de adesão afectiva a um universo que se abre diante do olhar. A criança, por exemplo, tem como primeiro conhecimento a visão de conjunto, em seguida aprenderá a distinguir segundo os cânones da análise. O poeta procede do mesmo modo, o qual não analisa os sentimentos, os rostos, os olhares, as paixões, as situações, mas representa-os em termos sintéticos, por vezes fulminantes, como o clarão de um relâmpago que impede que se veja. O percurso de fé autêntico é, em certos aspectos, paralelo ao percurso estético; por isso o ponto de partida é crer/amar, com um começo de tipo simbólico representativo. Neste horizonte, para usar o binómio ao qual se referiu, podemos afirmar: crer, e depois começar a compreender». A fé, prossegue o cardeal, não é uma recolha de normas, mas diz respeito a toda a pessoa, mente e coração; como acontece entre dois apaixonados.

(Fonte: Vaticano News)

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