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terça-feira, 26 de maio de 2015

... A BÍBLIA ... (1/4)

"Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e de que adquiriste a certeza, bem ciente de quem o aprendeste. Desde a infância conheces a Sagrada Escritura, que te pode instruir, em ordem à salvação pela fé em Cristo Jesus. De fato, toda a Sagrada Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, corrigir e educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e esteja preparado para toda a obra boa."
(2 Tm 3,14-17)


Na realidade a Bíblia não é algo que magicamente apareceu vindo do céu, ou algo que estava escondido e pronto a ser lido. Nela condensa-se um "diálogo" entre Deus e o homem, um dialogo que não termina, mas que com ela é-nos aberto o espírito para toda a Historia da Salvação.
Ela sendo escrita por homens, não significa que não tido a intervenção de Deus.


Mas afinal que livro é este a que chamamos Bíblia?

A Bíblia não é um livro mas sim uma coleção de livros (74). "Deus falou aos homens através de outros homens por Ele escolhidos para esse fim, mas sobretudo por meio de Seu filho, Jesus Cristo (Heb 1,1-2)."
A palavra grega "bíblia" é um plural e significa "livros". No Novo Testamento, a palavra grega "bíblia", traduzida por livros aparece 3 vezes:

"Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever"
(Jo 21,15)

"Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos"
(2 Tm 4,13)

"Vi também todos os mortos, grandes e pequenos. Estavam diante do trono; e  foram abertos uns livros. Foi aberto também um outro livro, que é o livro da Vida. Os mortos foram julgados segundo aquilo que estava escrito nos livros, segundo as suas obras"
(Ap 10,12)




No entanto em qualquer destes casos a "bíblia" referida não é conforme a conhecemos.
Segundo especialistas, o primeiro a utilizar o termo "Bíblia" aos livros inspirados do Novo Testamento foi Origenes, sensivelmente por volta do ano 250 dC.

Esta palavra do grego para o latim e com o decorrer dos tempos espalhou-se por várias línguas:
(ex:
Inglês ........ Bible
Alemão ..... Bibel
Italianito ... Bibbia)

A BÍBLIA É PALAVRA DE DEUS

"... vós que por meio dele tendes fé em Deus, que o ressuscitou dos mortos e o glorificou, a fim de que a vossa fé e a vossa esperança estejam postas em Deus..."
(1 Pe 2,21)

~continua~







quinta-feira, 21 de maio de 2015

500 anos Santa Teresa d´Ávila .... excertos

Não me move
Senhor, para Te amar
O Céu que me prometestes,
Nem me m


Senhor, para Te amar
O Céu que me prometestes,
Nem me move o inferno tão temido
Para deixar, por isto, de Te ofender. 
Tu me moves, Senhor!
Move-me ver-Te
Pregado em uma Cruz e escarnecido;
Move-me ver Teu Corpo tão ferido;
Movem-me Tuas afrontas e Tua morte.

Move-me, enfim, o teu amor.
E de tal maneira,
Que ainda que não houvesse Céu,
eu Te amaria;
E ainda que não houvesse inferno,
eu Te temeria.

Nada tens que me dar
para que eu Te queira,
Pois, mesmo que eu
não esperasse o que espero,
O mesmo que Te quero,
Eu te quereria. 
ove o inferno tão temido
Para deixar, por isto, de Te ofender. 
Tu me moves, Senhor!
Move-me ver-Te
Pregado em uma Cruz e escarnecido;
Move-me ver Teu Corpo tão ferido;
Movem-me Tuas afrontas e Tua morte.

Move-me, enfim, o teu amor.
E de tal maneira,
Que ainda que não houvesse Céu,
eu Te amaria;
E ainda que não houvesse inferno,
eu Te temeria.

Nada tens que me dar
para que eu Te queira,
Pois, mesmo que eu
não esperasse o que espero,
O mesmo que Te quero,
Eu te quereria.


(Sta. Teresa D´Ávila )

~ Pensamentos Soltos ~

Viver hoje a religiosidade é não ficar conformado com a apatia perante a degradação do homem.
Todos cometemos erros... no entanto estes não podem jamais justificar a inação. Ao estarmos no mundo, todos somos chamados ser a presença visível de um Deus invisível, a voz que se escuta perante o grito silencioso do Senhor. 

Vivemos na profunda incerteza e da incerteza surgiu a falta de esperança e da falta da esperança a inexistência do Amor, e da falta de Amor, a falta de humanidade.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

500 anos Santa Teresa d´Ávila .... excertos

"Eu vi um anjo perto de mim, no meu lado esquerdo, em forma corporal. Isto é algo que não estou habituada a ver, a não ser muito raramente. 

Apesar de eu ter visões de anjos com freqüência, vejo-os apenas através de uma visão intelectual, como tenho falado antes. 

Foi a vontade de nosso Senhor que, nesta visão, visse o anjo desta forma. Ele não era grande, mas de pequena estatura, e era muito bonito. Seu rosto queimava, como se fosse um dos mais altos anjos, que parecem estar todos em chamas: ele deve ser um daqueles a quem nós chamamos querubins. 

Seu nome ele nunca me disse; mas vejo muito bem que não existe no céu tão grande a diferença entre um anjo e outro, e entre estes e os outros que eu não posso explicar. Eu vi em sua mão uma longa lança de ouro, e o ferro da ponta parecia estar em chamas. 

Ele pareceu empurrá-la às vezes no meu coração, e penetrou-me as entranhas. 

Quando ele a retirou, deixou-me toda a arder com um grande amor de Deus. 

A dor foi tão grande, que me fez lamentar; e, ainda assim, uma doçura foi superando essa dor, fazendo-me não desejar me livrar dela. 

A alma, agora, é satisfeita apenas com Deus. A dor não é física, mas espiritual; embora o organismo tenha a sua parte nela. 

É um amor tão doce e carinhoso, que agora existe entre a minha alma e Deus, e eu agradeço à bondade de Deus por me ter feito passar por essa experiência."

(Santa Teresa de Jesus)



Falecimento : FreiJoaquim Monteiro OfmCap.

A Província Portuguesa dos Franciscanos Capuchinhos,
partilha com todos os amigos a notícia da Ressurreição do Frei Joaquim Monteiro.
Todos juntos celebraremos a Eucaristia de Acção de Graças, na Igreja dos Capuchinhos do Amial (Porto), sexta-feira pelas 14.30. O funeral seguirá depois para o cemitério de Paranhos onde será sepultado.
Voltaremos a reunir-nos para celebrar e agradecer ao Senhor o dom da vida do Frei Joaquim Monteiro, no próximo dia 13 de Maio pelas 19.00.






Frei JOAQUIM MONTEIRO
[1934 – 2015]
80 anos de Vida  |  62 de Vida Religiosa  |  56 de Sacerdócio






Fr. Joaquim Monteiro, filho de Manuel Monteiro e de Custódia Maria da Costa Ramos, nas­ceu em Sera­fão, concelho de Fafe, a 29 de Julho de 1934. É irmão do saudoso D. António Mon­teiro [+ 2004], capuchinho e Bispo de Viseu. Entrou para o Seminário dos Capuchi­nhos no Porto a 3 de Outubro de 1947. Vestiu o hábito na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos a 1 de Agosto de 1951 e a 6 de Agosto de 1952 fez a sua Profissão temporária dos votos religiosos, emitindo a Profis­são perpé­tua em Salamanca, a 10 de Agosto de 1955. A 21 de Feve­reiro de 1959, na Cate­dral de Sala­manca, foi ordenado sacerdote por Dom Fran­cisco Bar­bado Vi­ejo. Fez os seus estu­dos superiores em Salamanca, de 1955 a 1959, obtendo na Universi­dade Pontifícia, em 1960, a Licen­ci­atura em Teologia.
Integrou quase sempre a Fraternidade do Porto, tendo passado também por Barcelos e Gondo­mar. Foi Director das revistas «Paz e Bem» (1960-1969) e «Bíblica» (1978-1987), onde dei­xou deze­nas de arti­gos publicados, particularmente nesta última. Foi da sua iniciativa terem-se ini­ciado na revista BÍBLICA os comentários às Leituras Dominicais, a partir de 1978.
Algumas publicações do Fr. Joaquim Monteiro:
– «Dinami­zação Bíblica do Povo de Deus», Difu­sora Bíblica, Lisboa, 1978, 204 págs.; «O mistério da Igreja no Itinerário Catecumenal», Telos, Porto, 1986, 96 págs.; Alguns estudos científicos publicados em separa­tas, como: «Eclesiologia e eclesiologias», Porto, 1981, 47 p., Humanística e Teologia, t. II, f. 1), «Itinerário espiritual de São Francisco de Assis», Porto, 1981, 40 p., Humanística e Teologia, t. II, f. 3), «O Diabo na teologia e a teologia do Diabo», Porto, 1984, 56 p., Humanística e Teologia, t. V, f. 1), «A dinâmica mís­tica da Vida Espiri­tual», Porto, 1987, 48 p., Humanís­tica e Teologia, t. VIII, f. 1.
Esteve ainda na base da elaboração dos conteú­dos para o I e II Cursos de Dinamização Bíblica, inicia­dos em 1975. Tem dedicado a sua vida, sobretudo, ao ensi­no, como professor de Teolo­gia, leccionando diversas disci­plinas, primeiro no Centro de Estudos da Ordem, no Porto, depois no ISET (Instituto Superior de Estu­dos Teológicos), criado para os alunos de todos os Insti­tu­tos Religiosos do Norte, a seguir, no ICHT (Insti­tuto de Ci­ências Humanas e Teológicas), fun­dado no Porto para Religiosos e dioce­sanos e, finalmente, na Universidade Católica, no Porto (rece­beu a jubilação a 17/06/2004, em sessão solene na UCP-Porto).
Durante alguns anos foi tam­bém director do CER (Centro de Estudos para Religiosas) e, de 1978 a 1981, exerceu, ainda, o cargo de Director dos Estudan­tes de Teologia da Ordem em Portugal. Foi eleito Definidor para o Governo da Provín­cia Portuguesa dos Fran­ciscanos Capuchinhos para os triénios de 1975-1978 (III Capítulo Provin­cial); 1978-1981 (VI Capítulo Provincial); e 1987-1990 (VIII Capítulo Pro­vincial).
Trabalhou em vários Movimentos ecle­siais, como os Cursos de Cristandade, a Catequese, as Equi­pas de Ca­sais e Grupos de Base, entre outros. Tem sido chamado a orientar vários Capítulos Provinciais de Irmãs Religiosas, desta­cando-se igualmente na orienta­ção de Retiros, quer ao clero, quer a congre­ga­ções religiosas. Como teólogo, é bastante solicitado, tendo sido encarre­gado de examinar os escritos da Vene­rável Irmã Rita de Jesus, em ordem ao processo de beatifica­ção (foi beatificada em Viseu, em 2006). Ainda como conferencista, tem sido chamado várias vezes a dar a sua colaboração nas Semanas Bíbli­cas (regio­nais e nacionais). O Fr. Joaquim Monteiro dedicou praticamente toda a sua vida ao estudo e ao ensino da teologia. Por este motivo, a Universidade Católica, em 2004 (17 de Junho), prestou-lhe uma justa homenagem (ver texto no final).



Testemunho do Fr. Joaquim Monteiro
nas suas Bodas de Ouro Sacerdotais (Mira, 15-04-2009)


Para quem ainda não sabe, eu vim para esta forma de vida, vim para padre, porque o Senhor me apareceu! Na ocasião, sei onde é que foi: foi por intercessão de Nossa Senhora do Sameiro. O Senhor apareceu-me e foi-me orientando. De muitas maneiras. E eu, o padre que sou, sou porque Cristo está em mim.
A certa altura da minha vida comecei a descobrir que, afinal, quem me tinha chamado era Ele, e eu comecei a dizer a muita gente que, pela Páscoa, se não acreditassem noutras testemunhas, soubessem que eu sou o padre de Cristo: estou aqui porque Cristo Ressuscitou. E está em mim.
Há coisas na vida do padre que, quando a gente começa a meditar a sério, são extraordinárias. Quando a gente começa, em nome d’Ele, e Ele a fazer por nós, diante do Povo de Deus, a dizer o prodígio “Isto é o Meu Corpo”: é o Senhor a servir-se das nossas mãos, dos nossos lábios… mas é o Senhor!
Quando a gente vai proclamar diante de um pecador arrependido, “eu te absolvo dos teus pecados”, aquele homem ou aquela mulher a regozijar-se… é o Senhor que faz
isso pelos seus padres. E também quando vem alguma tristeza, começamos a pensar no Senhor que age em nós, Ele torna os padres participantes das Suas próprias alegrias. De modo que, a vida do padre, é sempre a vida pascal do Senhor, Ele é a fonte das nossas alegrias.
E aquele que me chamou a mim, chamou também a vocês: eu não posso olhar para vocês e procurar outras explicações senão esta. E, amanhã, saberá chamar outros, não sei lá como, mas tenho essa certeza, essa luz interior que o Senhor gerou em mim: são os padres do Senhor, do Senhor Ressuscitado!
Por isso, direi sempre bem do Senhor que me chamou, e não vou ter medo de nada, porque Ele está em mim, a fazer o que já fez em 50 anos.
E também O descobri nos outros. Encontrei padres muito santos, que a gente olhava e descobria neles a presença do Ressuscitado; e isso dava-nos energia pois, muitas vezes, era o próprio Senhor que nos aparecia através deles.
Termino, agradecendo a vossa oração de acção de graças que vós fazeis ao Senhor dos Padres e ao Senhor que me chama para O seguir.
E eu já agradeci ao Senhor por aqueles que rezaram por mim, porque eu sou fruto da oração daqueles que rezavam pelos Padres ao Senhor.
E o Senhor respondeu dando a mim a felicidade de ser Padre e não estar arrependido. Vocês admiram-se mas, como já disse no Amial, eu também tenho o direito de derramar lágrimas da minha Fé: e não são de tristeza, mas são lágrimas da alegria de quem se sente muito bem com o seu Senhor e com aqueles que o Senhor tem colocado ao redor de mim, no convento e fora do convento e são muitos.
Esperemos estar todos no Céu como agora estamos na Terra! 


«Voz Portucalense» (16.06.2004)

“Liberdade e criatividade franciscana”

«Frei Joaquim Monteiro consagrou a quase totalidade da sua vida ao estudo e ao ensino da teologia. Gerações e gerações de alunos que ajudou a formar, e que carinhosamente o tratam por “Mestre”, testemunham a sua liberdade e criatividade no ensino e no tratamento dos assuntos.
Ao completar setenta anos, Frei Joaquim merece a jubilação pelo seu labor incansável de formar na liberdade e para a liberdade. Nisso, assimilou profundamente o espírito de Francisco de Assis, espírito que transparece em toda a sua vida. O melhor que se pode dizer de alguém que ensina teologia é que é um crente. Tal se pode dizer de Frei Joaquim. E por isso, todas as escolas de teologia que houve no Porto e a que esteve ligado lhe estão gratas por várias dezenas de anos de labor.
O trabalho de Frei Joaquim reflecte o seu franciscanismo noutros aspectos, como sejam o esforço de olhar incessantemente para as fontes bíblicas da fé, à procura de Jesus, na simplicidade da sua pessoa e do seu programa, para lá de séculos e séculos de uma tradição, discutível em muitos aspectos. Com essa frescura originária da fé, procurou Frei Joaquim confrontar os seus alunos. Muitos deles agradecem-lhe essa ligação entre teologia e espiritualidade e penitenciam-se de não ter sido capazes de compreender e viver o programa de liberdade, mesmo quanto à forma de prestação de contas de avaliação (exames), que promovia de forma tão responsabilizante.
A integração de Frei Joaquim no corpo de professores na Faculdade de Teologia e nas escolas que a precederam, no Porto, mostra uma opção pela pluralidade de proveniências de docentes e estudantes, que é uma grande riqueza destas escolas. Isso enriquece muito uns outros.
Na hora de ver jubilar-se Frei Joaquim, é justa a gratidão pelo património que nos deixa, e é devida a expectativa de ver continuada a tradição de um contributo de franciscanismo na Faculdade de Teologia.»
JORGE TEIXEIRA DA CUNHA