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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Caminhos para Deus (1): Crença (SNPC)

Caminhos para Deus (1): Crença | Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura





Caminhos para Deus (1): Crença

Há tantos caminhos para Deus como pessoas na Terra. Por uma questão de clareza, vou dividi-los em seis. Pode acontecer que já tenha percorrido mais do que um ao longo da sua vida, ou até sentir que já andou por vários ao mesmo tempo.

Para as pessoas deste caminho, a crença em Deus fez sempre parte das suas vidas. Nasceram em famílias religiosas ou foram introduzidas na religião desde cedo. Passam pela vida com mais ou menos confiança na sua crença em Deus. A fé foi sempre um elemento essencial das suas vidas. Rezam regularmente, vão a celebrações religiosas frequentemente e sentem-se à vontade a falar de Deus. As suas vidas, tal como todas as vidas, não estão isentas de sofrimento, mas a fé dá-lhes a capacidade de enquadrar a dor num contexto de sentido.



Os benefícios de percorrer o caminho da crença são evidentes: a fé dá sentido tanto às alegrias como às lutas da existência. A fé em Deus significa que a pessoa está convicta de que nunca está sozinha. Conhece e é conhecida. A vida no seio de uma comunidade orante proporciona companhia. Nos períodos difíceis, a fé é uma âncora. E a fé cristã também tem como certa a promessa na vida para além da Terra.




Foi esta fé que apoiou o padre americano Walter Ciszek durante os anos que passou nos campos de trabalho soviéticos, e que lhe permitiu, quando finalmente deixou a União Soviética, em 1963, abençoar o país cujo governo lhe tinha causado inenarráveis sofrimentos físicos e mentais. Por vezes ele lutava com a sua crença - quem não o faria na mesma situação? -, mas no fim a sua fé permaneceu firme. O livro "With God in Russia" ("Com Deus na Rússia") termina com palavras impressionantes, descrevendo o gesto de Ciszek quando o avião descolou: «Devagar, cuidadosamente, fiz o sinal da cruz sobre a terra que estava a deixar».

Algumas pessoas, por vezes, invejam aquelas que andam o caminho da fé. «Se ao menos eu tivesse fé como tu», diz-me muitas vezes uma amiga. Ainda que eu compreenda o seu sentimento, essa perspetiva faz com que a fé pareça algo que se tem, mais do que ter de trabalhar para a manter. É como se se tivesse nascido com uma fé inquestionável, como se nasce de cabelo louro ou olhos castanhos. Ou como se a fé fosse como parar numa bomba de gasolina e encher o depósito.
Nenhuma metáfora é apropriada. Em última análise, a fé é um dom de Deus. Mas a fé não é apenas algo que se tem. Talvez uma metáfora melhor seja a de que a fé é como um jardim: mesmo que já se tenha o essencial - terra, sementes, água -, é preciso cultivá-lo e nutri-lo. Como um jardim, a fé exige paciência, persistência, e até trabalho.


Nenhum dos caminhos para Deus está livre de perigos. Uma das armadilhas de quem percorre a via da crença é a incapacidade de perceber as pessoas que viajam noutras estradas, a par de uma tentação para as julgar pelas suas dúvidas ou falta de crença. A certeza impede algum crentes de sentirem compaixão, compreensão, ou mesmo tolerância com outros que não estão tão certos na sua fé. A sua arrogância converte-os em «escolhidos com coração de pedra», excluindo outros, consciente ou inconscientemente, do seu reconfortante mundo da crença. Esta é a religiosidade azeda, sem alegria e sem generosidade que Jesus critica: cegueira espiritual.

Há um perigo mais subtil para este grupo: uma complacência que faz estagnar a relação com Deus. Algumas pessoas agarram-se a formas de compreensão da fé aprendidas na infância que podem não funcionar para um adulto. Por exemplo, uma pessoa pode agarrar-se a uma noção infantil de um Deus que nunca permitirá que nada de mau aconteça. Quando a tragédia acontece, o facto de a antiga imagem de Deus não estar refletida na realidade pode levar ao abandono do Deus da infância. Ou levar ao abandono completo de Deus.

A vida adulta requer fé adulta. Pensemos assim: uma pessoa não se pode considerar apta para enfrentar a vida com os conhecimentos de matemática do primeiro ano da escola. Mesmo assim, há quem espere que a formação religiosa obtida no primeiro ciclo a sustente no mundo adulto.

James Martin, SJ
Trad.: rjm
29.01.14
(Fonte: SNPC)

SNPC

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Reportagem: Os segredos do Goldman Sachs


OS SEGREDOS DO GOLDMAN SACHS

















segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Notícias: Agência Ecclesia - Praxes abusivas

Universidade: Praxes abusivas refletem falta de «formação e educação»

Padre António Jorge Almeida, do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior, defende maior controlo sobre estas iniciativas


Lisboa, 27 jan 2014 (Ecclesia) 


O padre António Jorge Almeida, membro da equipa executiva do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior (SNPES), da Igreja Católica, denunciou hoje “a falta de formação e educação” de muitos estudantes que se refletem em praxes abusivas.



“Não sou nem contra nem a favor das praxes: é importante que as associações façam um bom acolhimento dos estudantes, mas vê-se muita coisa que passa pela falta de educação, pela ignorância” o que leva a concluir que “falta formação e educação no Ensino Superior”, revelou o assistente do SNPES, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para o sacerdote, as praxes são “uma espécie de entretenimento em que ninguém governa nada e a lei foi posta de lado”.

O tema tem estado em debate, de forma particular, após a morte de seis estudantes da Universidade Lusófona na noite de 15 de dezembro, na praia do Meco, em circunstâncias ainda por apurar.
O padre António Jorge Almeida entende que este episódio “veio abrir um debate muito sério”, lamentando que alguns queiram continuar a “brincar com o Ensino Superior”.

Isto porque “há uma ‘entourage’ económica nas próprias cidades para onde os jovens vão estudar e viver, que também prefere esta forma de existir”.
O responsável alerta os jovens caloiros para “não se deixarem levar pelo ‘bicho papão’”, quando chegam à universidade, porque podem entrar num “sistema” que compromete “a vida e o futuro”.

“Com as limitações que temos [SNPES], procuramos propor em conjunto com as universidades um ambiente, um espaço de acolhimento, mas depois há toda uma arquitetura de praxe que ocupa maioritariamente os estudantes com coisas que não têm a ver propriamente com a formação académica”, lamenta.

O assistente do SNPES, um organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, deixa “um alerta às famílias” para que “procurem saber tudo sobre os seus filhos, onde se inscrevem, onde vão morar e com quem vão, que os acompanhem, com a liberdade própria com que se acompanha o jovem, mas que procurem saber onde o dinheiro é gasto”.

“Vejo em muitos casos estudantes que ocupam mais tempo a preparar praxes e a executá-las do que propriamente a assistir a aulas e a estudar para os exames”, concluiu o padre António Almeida, também capelão do Centro Regional das Beiras da Universidade Católica Portuguesa.
MD/OC



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Notícias: Naticano News - Comunicar é "encontro" e "um desafio apaixonante"

Pe. Spadaro: Para Francisco, comunicar é "encontro" e "um desafio apaixonante"

Cidade do Vaticano (RV)

Proximidade, encontro, diálogo. Estas são algumas das palavras-chave da Mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais. O documento, publicado nesta quinta-feira (23), gira em torno da figura do Bom Samaritano, indicado pelo Pontífice como modelo para os comunicadores. Para comentar a Mensagem, a Rádio Vaticano entrevistou o Diretor da "Civiltà Cattolica", Padre Antonio Spadaro:

R: "Certamente, o Papa Francisco é um Pontífice que ama muito a comunicação, pois tem um estilo pastoral de contato direto com as pessoas. Portanto, para ele, comunicação significa encontro. A cultura da comunicação está em colisão direta com a cultura do desperdício, portanto, da divisão, das divisões do tipo económico, ideológico. A comunicação - e o encontro - está no centro, é o coração da 'visão bergogliana' da vida e da Igreja. Se devêssemos resumir, então, o conceito que está por trás deste texto, eu diria que para ele, comunicar é encontrar, isto é, fazer-se próximo.
Existe uma espécie de revolução copérnica da comunicação, onde no centronão existe a mensagem, mas existem as pessoas que comunicam. Isto é muito moderno, muito contemporâneo, porque nós sabemos que as redes, hoje, constroem uma comunicação baseada nas relações. Se não existem relações, não se comunica"
 
RV: O Papa indica um modelo, que pode parecer original para um jornalista, para um comunicador, aquele do Bom Samaritano, a após acrescenta: "Gosto de definir este poder da
comunicação como proximidade". Ou seja, a proximidade é o centro.....
 
R: "A proximidade é exatamente o centro! A imagem, portanto, do Bom Samaritano é uma imagem muito forte que, aliás, o então Cardeal Bergoglio já havia utilizado em 2002, falando aos comunicadores de Buenos Aires. Esta mensagem é o fruto de uma meditação e de uma longa reflexão sobre este tema. E é muito bonito como a Parábola evangélica se torna uma referência para um comunicador. O Bom Samaritano se faz próximo e cura as feridas, curas as chagas, ajuda quem está em dificuldade. Isto significa concretamente para um comunicador cristão dar voz a quem não tem voz, tornar visível a face de quem é invisível".
 
RV: Nesta mensagem, como também nas últimas mensagens do Papa Bento XVI, se fala muito de Internet. O Papa Francisco utiliza uma imagem muito bonita: "A rede digital - diz - pode ser um lugar rico de humanidade, não uma rede de fios, mas de pessoas humanas"....
 
R: "Este é outro conceito central, pois a comunicação é uma comunicação entre pessoas, antes de tudo. A Rede, portanto, não é como a rede hidráulica ou a rede de gás, mas a Rede constrói um ambiente comunicativo. Na realidade, é como se o Papa dissesse que a Rede não existe, Internet não existe: é a nossa vida, somos nós, seres humanos, a estar em Rede! A nossa vida é uma rede de relações. Depois, os fios, os cabos, se quisermos, nos ajudam obviamente. Antes, devem nos ajudar - é esta a vocação da Rede - sermos mais unidos, termos uma comunicação mais direta, que seja também capaz de superar as barreiras e os obstáculos.
Existe uma visão cristã forte, uma visão quase profética da Rede. A Rede é entendida como dom de Deus aos homens, porque graças a ela, os homens podem estar mais unidos".

RV: Uma parte consistente desta mensagem é dedicada ao diálogo e obviamente neste caso não se refere somente ao diálogo dos comunicadores. "Dialogar - escreve o Papa Francisco - não significa renunciar às próprias idéias, mas sim à intenção de que sejam únicas e absolutas". Aqui, de alguma forma, se percebe uma característica do seu Pontificado ...
 
R: "Certamente, pois o dialogar significa falar com uma pessoa, não para convencê-la das próprias idéias, isto não é diálogo: diálogo significa tratar com as pessoas, sabendo que o outro pode ajudar-me a entender melhor. Podemos caminhar juntos para uma verdade única. Então, fechar-se dentro de idéias pessoais ou tradições linguísticas, partidárias e assim por diante, significa impedir esta fluidez de comunicação. É um tema muito, muito caro ao Papa Francisco, que diversas vezes afirmou que a Igreja deve inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje,
justamente para compreender melhor as expectativas, as esperanças e as dúvidas. O estilo do diálogo, portanto, é justamente um estilo radical, entendendo-se por estilo não somente um modo de fazer, mas justamente a própria essência do Evangelho, a abertura ao mundo".

RV: E justamente a abertura, o horizonte e o olhar para o futuro concluem esta mensagem, quando o Papa afirma: "A revolução dos meios de comunicação requer energias frescas e uma imaginação nova". Também aqui existe um impulso para sair, um incentivo que o Papa dá aos comunicadores...
 
R: "O Papa diz uma coisa muito importante aqui, que a comunicação é um desafio apaixonante - é uma expressão sua - que, justamente, requer energia. Não se pode, portanto, confiar a comunicação a uma rotina mecânica, de comunicados de imprensa
que limitam-se a comunicar frases feitas. Requer, então, energia, desejo de comunicar, intensidade, mas também uma imaginação nova. Isto é muito interessante, isto é, necessita ver as coisas de maneira diferente. A imaginação cristã é uma imaginação - graças à imagens do Bom Samaritano - capaz de plasmar, de dar forma a uma comunicação que significa também um modo de viver juntos. O Papa fala às vezes na Evangelii Gaudium de uma maré um pouco caótica, de uma espécie de "caravana solidária" em que nos encontramos mergulhados. São todas imagens que tocam o homem de hoje, mas dizem como a Igreja deve envolver-se, deva misturar-se com esta humanidade para comunicar a mensagem do Evangelho". (JE)



(Fonte: Vaticano News


Vaticano News
  

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CELEBRAR A VIDA



A vida cristã deve enquadrar-se na capacidade em vivermos a vida na sua plenitude. Uma vivência em que nos deixemos (na abertura espiritual) ser tocados por Deus. No entanto é necessário aceitá-lo como Ele É, Deus não é manipulável nem está apenas dentro de conceitos conforme os nossos anseios meramente pessoais. Deus é amor, desta forma Ele é fonte de vida, alegria, liberdade, paz e salvação. Todo isto conjugado num ponto essencial: relacionamento – porque Deus sendo Trino é Ele próprio relação.



Acima de tudo é fundamental celebrar a vida, a religiosidade cristã deve sempre fazer da vida uma celebração contínua em comunhão entre todos. Não olhar para a vida com alegria é romper com a essência da Boa Nova, porque onde está Deus está a vida no seu sentido pleno, e a plenitude está no amor na qual esta se deve sempre enquadrar.
Jesus mostra-nos, através da proximidade com o Pai, que Deus na sua dimensão trina, tem no amor a relação fundamental, e essência em Si mesmo, Deus é claramente o Bem Supremo.


Um caminho em direção à santidade não é fácil, tendo em si mesmo a exigência ao qual não podemos de deixar de considerar, no entanto nesta exigência está a razão que sustenta a urgência da existência humana. Não há humanização sem uma relação de amor entre todos, em que valores como a alteridade, o respeito, a fraternidade, e o relacionamento afetivo sejam exaltados e executados no dia-a-dia, como realidade vivificante da realidade das coisas, ter uma vida plena em Deus é fazer da vida um lugar em que valha realmente a pena fazer parte integrante. Cada um dentro da sua singularidade deve fazer da sua existência um lugar em que todos sejam acolhidos, sem receios, mas sempre sabendo que ali está uma “mão” amiga e fraterna, que em vez de condenar acolhe e abraça…

Ao estarmos presentes numa realidade concreta, a nossa posição enquanto cristãos está na abertura da consciência a uma atitude moral perante as vicissitudes da vida, e que perante elas devemos decidir segundo os mandamentos, e não andarmos ao “sabor dos ventos”, ou de modas passageiras.



“Estar em Cristo” e “ser em Cristo” é contemplarmos o Senhor, que através da Sua autoridade nos mostra o caminho, uma autoridade que não se remete a uma mera noção abstrata, mas sim feita ação concreta realizada num tempo concreto e que a partir daí se faz presente a todos em todos os tempos.
Fazer de Deus a centralidade da vida é ter a consciência plena dos laços que nos unem a Ele e que através Dele nos unimos a todos, porque realmente TODOS somos irmãos. Mais uma vez repito, façamos da vida uma celebração, na qual Deus nos acompanha, tanto na realidade concreta do presente, como no que há-de vir.

Que a paz de Cristo nos acompanhe sempre.


 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Notícias: Agência Ecclesia - Marcha pela vida em Washington

Aborto: Papa associa-se a marcha pela vida em Washington

Francisco pede respeito pelos «mais vulneráveis»


Cidade do Vaticano, 22 jan 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco
manifestou hoje o seu apoio à 41ª ‘Marcha pela Vida’ que reúne dezenas
de milhares de pessoas em Washington, numa iniciativa da Igreja Católica
e outras organizações nos Estados Unidos da América.


“Uno-me à 'Marcha pela Vida' em Washington com as minhas orações. Que
Deus nos ajude a respeitar todas as vidas, em particular as mais
vulneráveis", escreveu na conta ‘‏@Pontifex’, da rede social Twitter.

A iniciativa acontece anualmente no dia da sentença com a qual o Supremo Tribunal dos EUA legalizou o aborto.

Numa vigília de oração, o cardeal Sean O’Malley, secretário-geral do
comité pró-vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América,
afirmou que o movimento pró-vida defende bebés e mães.

“A nossa sociedade relega o aborto para uma questão de escolha
pessoal, muitas vezes negando mesmo o reconhecimento da dignidade humana
das crianças não nascidas", lamentou.

A vigília e a marcha são os acontecimentos mais importantes da
segunda edição da ‘Novena de oração e penitência’, que por estes dias
envolve todas as dioceses dos EUA.
OC

(Fonte: Agência Ecclesia)
Agência Ecclesia

 



domingo, 19 de janeiro de 2014

L’Osservatore Romano (19/01/2014)






Opinião: Jornal Público - Consciência ecuménica, consciência baptismal (Frei Bento Domingues)

Bergoglio quer abrir ao mundo, um futuro novo, mesmo a partir do Vaticano.

1. A urgência do diálogo ecuménico nasceu, nos finais do séc. XIX, nas chamadas terras de missão, para vencer o contratestemunho das igrejas cristãs divididas que se hostilizavam no anúncio do Evangelho da paz. As vicissitudes do movimento ecuménico já foram historiadas.
Em 1948 foi fundado o Conselho Mundial das Igrejas, em Amesterdão, que tem a Sede internacional em Genebra. É a principal organização ecuménica, com mais de 350 igrejas e denominações, presente em mais de 120 países, excedendo os 500 milhões de fiéis. Trabalha-se, desde há algum tempo, na criação de um Fórum Cristão Global que reúna, sem vínculos institucionais, à volta de uma só mesa de diálogo, as grandes famílias cristãs: ortodoxa, católica, anglicana e protestante.
Resultado: esquece-se a falta que os outros nos fazem, para comungar em experiências que nos poderiam provocar a descoberta de caminhos para a fé cristã, que nem suspeitamos. A maioria dos cristãos nada sabe das outras tradições eclesiais, a não ser os lugares-comuns de desconfiança mútua, transmitidos em casa ou nas igrejas. A verdadeira falta de ecumenismo entre as igrejas cristãs é uma falta de cristianismo e não apenas de inconvenientes a propósito de baptismos e casamentos que se resolvem de forma mais ou menos burocrática.
Em certas zonas do mundo, o cenário é devastador: matam-se os cristãos sem perguntar pela identidade eclesial. O cristianismo está a ser completamente eliminado. É urgente um ecumenismo global de socorro.


2. Mais abrangente é o Parlamento Mundial das Religiões. Nasceu em Chicago, em 1893, para fomentar o diálogo inter-religioso. Cem anos depois, voltou a reunir-se na mesma cidade. A 4 de Setembro de 1993, foi assinada a Declaração das Religiões para uma Ética Global, preparada pelo teólogo Hans Küng, guiado pela convicção, que tem justificado e desenvolvido, condensada no aforismo: sem paz entre as religiões, não há paz entre as nações. Parte de uma verificação: o mundo está a experimentar uma crise fundamental e global: na economia, na ecologia e na política. Por toda a parte se verifica a falta de grandes visões, o emaranhado de problemas não resolvidos, a paralisação e as lideranças políticas medíocres, com pouca visão interna e externa e, em geral, muito pouco sentido do bem comum. Centenas de milhões de seres humanos sofrem cada vez mais com o desemprego, a fome e a destruição das suas famílias. Crianças morrem, matam e são mortas. Há cada vez mais países abalados pela corrupção na política e nos negócios. Devido aos conflitos sociais, raciais e étnicos, ao abuso de drogas, ao crime organizado e, até, à anarquia torna-se cada vez mais difícil viver em paz nas nossas cidades. Por vezes, mesmo entre vizinhos, vive-se com medo uns dos outros. O nosso Planeta continua a ser escandalosamente destruído. Embora a esperança de uma paz duradoura entre as nações nos pareça cada vez mais afastada, sabemos que não é por falta de recursos, de ciência e de técnica que se arrastam mundos mergulhados na miséria e na violência. É por falta de vontade política, de sabedoria e de ética.


3. O Movimento Ecuménico português já apresentou serviço: representantes das Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa, em Portugal, irão assinar, no próximo dia 25, em Lisboa, uma declaração de reconhecimento mútuo do baptismo. Ainda bem.
A Capela Sistina é conhecida, venerada e visitada pela sua extraordinária beleza. Aí reúnem-se os cardeais para escolher o futuro bispo de Roma, o papa. Mais importante do que eleger um papa é celebrar um baptismo, a transformação cristã da vida. O Papa Francisco resolveu estabelecer a verdadeira hierarquia no Vaticano. No domingo passado, baptizou o filho de uma mãe solteira e a filha de um casal, casado apenas pelo civil, nessa Capela. Não é muito usual. Perante varias mães, pais e 32 crianças, chamou a atenção para a nova orquestra: “Hoje o coro vai cantar, mas o coro mais belo é o das crianças. Algumas delas irão chorar porque têm fome ou porque não estão confortáveis. Estejam à vontade, mamãs: se elas tiverem fome, dêem-lhes de comer, aqui elas são as pessoas mais importantes”. Este Papa já tinha afirmado que as mães não deviam ter problemas em dar de mamar aos seus filhos, durante as cerimónias papais.
Bergoglio quer abrir ao mundo, um futuro novo, mesmo a partir do Vaticano. Quem não gosta das suas inovações, irá sempre encontrar algum precedente para desvalorizar estes atrevimentos. O que importa é subverter a desordem estabelecida, que se tinha transformado numa ordem sagrada.
 O Papa mandou uma carta aos futuros cardeais: “O cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração”.


Ai minha Nossa Senhora!

(Fonte: Jornal Público)

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

DOGMA (2/2)



É realmente importante e fundamental a origem do dogma, colocando-o claro em relação a outras verdades da fé, daí que é necessário conferir-lhe profundidade no seu alcance, para que deste modo seja absorvido na plenitude espiritual do crente.
Muitos mal entendidos provêm precisamente desta falta de esclarecimento e aprofundamento na explicação, a partir de uma postura esclarecedora torna-se possível aclarar “erros involuntários” que não fazem parte somente do passado histórico, mas também do momento atual. Aclarar o dogma em relação a outras verdades da fé, supõe a que se apele à consciência e ao pensamento, originando uma acção espiritual, que ao abrir os seus “limites” abrem a proclamação dogmática ao acolhimento na fé.



Nestes novos tempos, tão ligados ao positivismo extremo, a religiosidade necessita de novas formas de ação, sem que com isto se desvirtue a sua essência, deste modo ao se interligar com métodos e formas de comunicação atual, também a religiosidade apontará para renovados caminhos em que a verdade absoluta de Deus seja colocada perante os dias de hoje como uma via (verdadeiramente fundamental) para a existência.
O diálogo ecuménico é, por exemplo, um veículo de aclaramento da história dogmática, onde estão presentes os dogmas invariáveis da Igreja, assim este diálogo ecuménico ao invés de retrocesso, leva ao avanço no caminho da unidade da Igreja e assim de todo o Cristianismo. É assim que o “dogma antigo” mostra-se como luz renovadora no próprio progresso eclesial e, claro, da própria vida pastoral da Igreja.  

Por exemplo o dogma do pecado original (S. Agostinho) e as posteriores interpretações teológicas, o dogma da infalibilidade do Papa e da colegialidade dos bispos, etc.

A teologia da revelação (sustentada pela fé) tem uma história, uma evolução e um “progresso” em que a vinda de Cristo foi determinante, esta evolução tem agora na Igreja a sua expressão por excelência; assim o “dogma novo” tem que estar “implícito” no “dogma antigo”, como sentido basilar da totalidade do crer.
Não pode haver dúvidas que toda a nova verdade só se legitima como tal quando está abrangida e vivida no passado, embora muitas vezes esta não seja percecionada (de forma imediata) em momentos concreto da história humana. Toda a História da Salvação tem o seu entendimento na pessoa de Jesus Cristo, assim o que parecia “obscuro” no Antigo Testamento, surge no Novo Testamento revestido de perfeição (cf. Mt 5,21-48), assim a Palavra tem em Jesus a Sua totalidade suprema, sendo que esta ao ser acolhida na fé, dá-nos um sentido pleno da existência, aberta à relação de uns para os outros e com os outros. Jesus vem portanto aperfeiçoar e esclarecer a Palavra, desta forma Ele não nos dá somente caminho (através Dele) para o próprio Pai (cf. Jo 14,6), Ele, olhando para a própria condição humana, torna-nos completamente capazes de realizar os desígnios de Deus. Nos Evangelhos, obviamente que Jesus não aborda todos os temas, daí que a Igreja, enquanto realidade intrínseca a Jesus, tem de se capacitar cada vez mais em responder às realidades atuais, porque a “Palavra viva” proferida pelo Senhor, não está somente fechada a um período histórico, mas vai-se atualizando (por vezes de forma inquietante) aos tempos e à vida do homem moderno. A vivência cristã é uma realidade abrangida por um significado que se interliga a um caminho, caminho em que no presente entendemos de forma sempre renovada aquilo que foi dito no passado, neste sentido os dogmas têm também a sua história e o seu aperfeiçoamento de entendimento, sem que com isto se rompa com o passado de uma forma mais ou menos radical, mas que se vislumbre agora a abrangência dogmática, também ela aperfeiçoada.


A verdade não está somente numa manifestação original de Deus, esta revela-se numa compreensão da Sua revelação integral. A história desta fé não chegou ao fim somente porque se fechou a revelação acontecida em Cristo. Este “fechar-se” é o “abrir-se” da comunidade a Deus, que acontece expressamente nas palavras dos Apóstolos de Cristo.
Com Jesus Cristo a fé não se remete a um sentido sem forma e sem história de uma mensagem escatológica, esta fé é iluminada na concretização corporal do Verbo, em que desta forma ela assume-se também num contexto histórico. Toda a mensagem cristã atua através dos tempos com as suas especificidades e entendimentos que se vão abrindo ao entendimento de si mesmas.
Ao lermos as escrituras somos interpelados por Deus, cada um na sua singularidade, cada comunidade na sua especificidade, cada tempo em seu tempo, assim a fé permanece sempre contida numa forma renovada em cada um e em cada época, sem que no entanto esta se desprenda da fé “antiga”, sendo que ela é a expressão absoluta do poder intemporal de Deus e da Sua infinita verdade que nos foi doada através da Sua revelação.
Portanto a evolução dogmática não está ligada a “cortes” mais ou menos radicais com o passado, nem por outro lado com “acrescentos” bruscos, mas sim tudo se funde num movimento preso à verdade que nos foi revelada e que em si mesma teve a sua história de compreensão, fazendo com que a essência nos surja como apoio na assimilação total da manifestação de Deus ao mundo.

A partir do sec. XIX e com o início da ciência histórica moderna, a compreensão abriu-se a novos e importantes entendimentos. No entanto esta nova hermaneutica não deve levar nunca a obscurantismos, nem tomadas de posições de rutura, em que o Jesus histórico e o Jesus da fé surjam como incompatíveis, podendo chegar mesmo ao ponto extremo da antítese. Ainda hoje somos confrontados com esta divisão, não são poucos aqueles que “fecham” o estudo teológico sob pena de colocar em causa a fé, pois eu digo:
fraco a fé daquele que assim age ou pensa…
os progressos teológicos são abertos novas realidades em que a própria exegese se aperfeiçoa. A própria espiritualidade “estende-se” por horizontes renovados, levando a ver que o Amor de Deus é realmente único e grandioso.

Este progresso é o caminho natural para uma compreensão esclarecida da mensagem divina, não podemos viver fechados em “theologumena”, mas sim na direção do entendimento, tanto da mensagem, como da própria História da Salvação.
A problemática dos dogmas sempre foi posta em causa pela teologia protestante, que não vê na Igreja Católica a possibilidade de poder dar uma norma absolutamente obrigatória a partir de “um conhecimento privado” das Escrituras. Segundo esta noção só poderá haver uma história da teologia mas nunca uma história dos dogmas:

“A forma de expressão da verdade universal do acontecimento de Cristo varia com o tempo e com a situação geral do espírito, até ao ponto em que numa época passada possa estar justificada, essa mesma pode estar hoje em contradição, em relação à forma e às necessidades do momento atual” (Zum Problem der Dogmatischem).

Atuamente a opinião recai (quase unanimemente) para o fato de que quando se fala que o Espírito “faz recordar” tudo o que Jesus terá dito, esta “recordação” não é como um refrescar da memória sobre os feitos passados, este “recordar” provocado pelo Espírito significa atualização, interpretação e experiência. O próprio R. Bultmann, acerca disto, chegou a afirmar que “nesta obra do Espírito se continua a obra de Jesus como a verdadeira revelação”.

Realmente o dogma provoca, mesmo entre os católicos, algumas tomadas de posição pessoais. Uma das maiores prende-se, por exemplo com a virgindade perpétua de Maria. Na minha vida pessoal conheço muitos católicos que, ou não ligam absolutamente nada para esta noção, como mesmo não a validam, remetendo a justificação para a “naturalidade da vida conjugal que Maria teria com José”. Para muitos, o fato de Maria se ter ou não conservado virgem em nada lhes retira a fé em Cristo, e também não retira a profunda devoção que têm por Maria Santíssima.
A não aceitação de alguns dogmas é para muitos algo que em nada interfere com a fé, atenção que me estou a referir a católicos “ditos praticantes” (adjetivação que não gosto, mas que se faz questão em usar…!). Claro que muitos mais casos em relação a certos dogmas poderia dar aqui como exemplo, no entanto o que pretendo reforçar é a noção, que penso que é essencial, e que respeita ao esclarecimento profundo de certos dogmas, para que deste modo sejam em verdade acolhidos na luz da fé.

A dinâmica da realidade de Cristo ao tornar-se sempre presente na Igreja, confere-lhe uma missão em abrir a todos a concepção pneumatológica da vivência cristã. Restringir a Igreja somente à dinâmica da tradição (per si) é limitá-la, não a podemos fechar à beleza da profundidade da realidade Espiritual divina, que com o “Seu manto” nos cobre, afetando-nos em todas as realidades concretas da vida, nas quais somos sujeitos ativos no testemunho da “Boa Nova”. Muitas vezes a ação litúrgica e em particular a seu ponto fundamental – a Eucaristia – é desprovida de uma maior expressão espiritual, em que tanto o presidente da celebração bem como os que assistem estão extremamente desligados da profundidade daquele momento…
Quando somos tocados no íntimo (“entranhas”) pela ação do Espírito Santo, aí ninguém fica indiferente, sem uma expressão espiritual tudo se torna superficial, porque não nos abrimos, ficando apenas fechados em nós mesmos. A compreensão e aceitação do dogma como realidade edificadora da própria fé, leva a que a Igreja antes de impor, deve mostrar e propor, à luz da Escritura, usando para tal a clareza da explicação a toda a comunidade cristã.



As obras salvíficas de Deus não se realizam todas de uma só vez, elas situam-se em toda a Escritura (Antigo e Novo Testamento) sempre envoltas por uma tensão, em que Deus é persistente no perdão e nas faltas do homem. Esta tensão atinge o seu ponto máximo, em relação à humanidade, na encarnação do “logos” no seio de Maria Santíssima. A Escritura além de levar à exegese, ela em si mesma provém da Verdade de Deus, revelada na inspiração através da escrita humana, tornando-se fundamento intrínseco da realidade doutrinária de toda a vivência cristã.

No entanto existem algumas afirmações da palavra de Deus que não são uma revelação original. A doutrina de S. Paulo no que respeita ao carater sacrificial da cruz de Cristo, as sessões da teologia joanica, são visões teológicas de algumas afirmações acerca de Jesus e da sua Pessoa que se fizeram a partir da ressurreição. Neste sentido notamos que após o Pentecostes as afirmações que se realizam acerca de toda a relação salvífica de Deus têm uma força que não pode ser menosprezadas, desta forma elas surgem como fazendo parte da “evolução dogmática”. Este acontecimento dentro da própria Escritura é a garantia e o “fio condutor” da própria evolução dogmática. Nos Sinópticos é notório que os autores não se remetem a seguirem as fontes e a serem simples transmissores e recompiladores, eles são intérpretes relativamente às tradições específicas, os textos foram elaborados tendo em conta os destinatários, existindo, por isso, teologias próprias em cada Evangelho, refletidas em palavras, expressões e noções que se passaram acerca da Verdade (unidade global) contida em Jesus.

Desta forma também os dogmas surgidos na época remota tiveram em linha de conta os textos do Novo Testamento, mesmo que estes tivessem algumas intenções particulares.

A Igreja vai basear-se nestes pontos como estruturantes e fundamentais da sua doutrina, como normas permanentes e suportes fundamentais de toda a fé e de toda a teologia do futuro. É assim que a Igreja se vai tornando no verdadeiro depósito da fé, indo desta forma originando e interpretando os dogmas essenciais para a comunidade dos crentes. A afirmação contida nesta reflexão recai sempre na noção de que o entendimento da profundidade do dogma é fundamental para o aperfeiçoamento e esclarecimento da fé. Ao ser acolhido no seio da comunidade, o dogma não pode “entrar” como imposição, mas como plena justificação e fundamento para o próprio acolhimento divino, assim sendo cabe à Igreja investir numa ação que promova cada vez mais a vivência da espiritualidade como fonte do aprofundamento da mensagem contida na Sagrada Escritura. Gostaria de salientar algo que na minha ótica é fundamental: o ponto promotor e dinamizador para o acolhimento do dogma está na abertura à espiritualidade, sendo assim a oração tem um papel fundamental, nela fazemos uma “ligação” íntima com o divino, com aquilo que nos é maior, mas que ao mesmo tempo nos é tão próximo.

Na realidade não podemos ter a mínima dúvida de que existe uma tensão entre a teologia bíblica e a teologia dogmática, este fato é incontestável, basta estarmos atentos ao pensamento de vários teólogos para que esta realidade “salte à vista”. Este afastamento teve as suas origens na Reforma, a própria história do protestantismo contemporâneo tenta ensinar que os temas da teologia bíblica – ligados ao querigma – contribuem para um desprezo para o pensamento dogmático. Obviamente que a Igreja terá cometido alguns excessos em certas posições dogmáticas, no entanto é também óbvio que, a relação entre o querigma e o dogma são íntimos, como por exemplo:

“Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze”
(1 Cor 15,3-5)

“…, acerca do seu Filho, nascido da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus em poder, segundo o espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos, Jesus Cristo Senhor, por Ele recebemos a graça de sermos Apóstolos, a fim de em honra do seu nome, levarmos obediência da fé a todos os gentios…”
(Rom 1,3-5)

“De facto, são eles próprios que contam o acolhimento que vós nos fizestes e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes do Céu o seu Filho, que ele ressuscitou de entre os mortos, Jesus, que nos livra da ira que está para vir.”
(1 Ts 1,9-10)

Etc (…)



Este fato não retira a noção de que as formas dogmáticas tenham origem em diversas tradições locais “sitz im leben”. No entanto são estas mesmas tradições, que fazendo parte intrínseco da constituição própria da época intertestamentária, tiveram uma óbvia influencia nos Evangelhos. Esta vinculação, que é mais notória nos Evangelhos sinópticos, estando também presente, à custa de estudos mais recentes, na própria estrutura paulina e joanica, ou seja, também aqui as tradições tiveram um papel decisivo.




A interpretação pela comunidade primitiva cristã, acerca do Antigo Testamento, abre-nos uma nova possibilidade de conhecermos muitas das origens do pensamento dogmático mais amplo no Novo Testamento. Neste sentido as afirmações de Jesus ligadas às profecias da paixão, as palavras sobre o Filho do Homem e outras, foram entendidas à luz da fé na ressurreição do Messias, sendo que a fé deste modo ilumina o próprio dogma.




Assim e voltando ao início, a vida espiritual coloca-nos diante da realidade cristã e das virtudes teologais: fé, esperança e amor (caridade). Esta tripla dimensão resulta na mais bela frase de S. Paulo, aliás frase que sempre me acompanha a todo o momento, porque a resposta de muitas das nossas ansiedades e angústias estão na simplicidade do acolhimento do amor de Deus, que é transformado em missão da própria humanidade, independentemente de religião, que ao partir da vocação primária contida na vida estão assim ligados ao próprio Deus, fonte de toda vida:
“Agora permanecem três coisas: a fé, a esperança e o amor, mas a maior de todas é o amor” (1 Cor 13,13)