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domingo, 27 de abril de 2014

Sugestão: Le Piano Roi (Martha Argerich)


Le Piano Roi

Martha Argerich








sábado, 26 de abril de 2014

Reportagem: O Testemunho - A vida secreta do Papa João Paulo II

O Testemunho  

A vida secreta do Papa João Paulo II










Notícias: Vaticano News - Bento XVI concelebrará com Francisco

Pe. Lombardi: Bento XVI concelebrará com Francisco a missa de canonização de João XXIII e João Paulo II

























Cidade do Vaticano (RV)

Bento XVI concelebrará com o Papa Francisco a missa de canonização dos Papas João XXIII e João Paulo II, neste domingo, 27 de abril, na Praça São Pedro. O anúncio, muito esperado, foi dado pelo Diretor da Sala de Imprensada Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, no início da última coletiva realizada neste sábado, 26, véspera desse evento histórico.
"O Papa emérito Bento XVI aceitou o convite e comunicou ao Papa Francisco que estará presente na celebração, na manhã deste domingo, e que concelebrará, ou seja, será também concelebrante, isso não quer dizer que estará no altar", sublinhou o porta-voz vaticano.
"Estarão presentes no altar os Cardeais Angelo Sodano, Giovanni Battista Re, Stanislaw Dziwisz, e Agostino Vallini, e também o bispo de Bérgamo.'
"O Papa emérito estará com os cardeais e bispos à esquerda do adro e estaremos todos felizes de contar com a sua presença", concluiu Pe. Lombardi.



(Fonte: Vaticano News)




Notícias: Vaticano News - hashtag #2POPESAINT

Durante a canonização compartilhe e use a hashtag #2POPESAINT




Cidade do Vaticano (RV) 

Para a canonização de João Paulo II e de João XXIII, especialmente para esta ocasião, foi criada a hashtag #2POPESAINT.
As hashtags são compostas pelo símbolo # acompanhada por uma palavra-chave ou termos associados a uma informação ou tópico, que deseja indexar as redes sociais, como Twitter, Facebook ou Instagram.

Nesta importante ocasião, aqueles que estão acompanhando e participando de forma direta ou indireta da canonização, de qualquer parte o mundo, poderão usar nas redes sociais sócias a hashtag #2POPESAINT.

Compartilhe e use a hashtag #2POPESAINT.
(Fonte: Vaticano News)





domingo, 20 de abril de 2014

A nossa Páscoa - A Páscoa Cristã



“Pessoas mais atentas e mais doutas descobriram que a Páscoa é uma palavra hebraica, que não significa paixão, mas passagem. O Senhor passou, pela paixão, da morta à vida, e fez-se caminho dos que creem na Sua Ressurreição, para que também nós passemos da morte à vida. Não é coisa de grande vulto crer que Cristo morreu. Isso também creem os pagãos, os Judeus e os ímpios; todos creem que Cristo morreu. A fé dos cristãos consiste em crer na Ressurreição de Cristo, é assim importante considerarmos coisa muito importante acreditar que Cristo ressuscitou. Foi então quando passou, isto é, que Ele quis deixar-Se ver. Quis que acreditássemos n´Ele quando passou, porque foi entregue por causa dos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação.
(S. Agostinho, comentário ao salmo 120: AL3206)



Celebração

É na Páscoa que toda a liturgia se encaminha e se centra, mas também é na Páscoa que nos renovamos enquanto comunidade crente. Como os nossos antepassados, também nós celebramos a primavera da liberdade, em que a vida se encontra com a plenitude escatológica de Deus encarnado em Jesus de Nazaré.
Esta é festa do Povo de Deus, em que todos e cada um procura, através da recolha e do jejum, a nossa condição de sermos com Cristo e em Cristo, confirmados na profundida da filiação divina, em que do passado se abraça o presente, projetando o futuro.
Esta é altura de alimentar a fé, que muitas vezes se perde por entre a agitação do tempo e o secularismo arrogante do meio.

 
A Páscoa tendo uma enorme carga comunitária, apresenta-se na sua excelência singular, refletida na celebração dominical, nesse dia da ressurreição que desemboca no oitavo dia. Na eucaristia fazemo-nos presentes no sacrifício do corpo e do sangue de Jesus. Assim ao entrarmos verdadeiramente na Páscoa, ultrapassamos os limites do tempo e do espaço, que cada momento é início da eternidade.
Sendo a eucaristia “anamnese”, esta não se circunscreve a uma simples recordação do passado, como também não é a repetição de um rito mais ou menos simplificado, nem tão pouco a evocação de mais um gesto salvífico de Deus.


Celebrar a eucaristia é tomar parte da doação de Jesus, fazendo parte integrante na salvação de Deus, que se realiza no Filho. Jesus é o alimento do cristão, que ao viver n’Ele entra na dimensão do cumprimento e tudo o que este compromisso trás consigo. A união com o Senhor,  através do Unigénito reflete o amor “louco” de Deus pelo homem.
É pois neste mistério eucarístico que nos entendemos enquanto filhos, e filhos no Pai.



Sendo Ele a própria contestação à “ordem terrestre”, é também Aquele que quebra definitivamente as barreiras sociais, ideológicas e culturais; não para unificar a forma de se estar na vida, mas sim para mostrar o que realmente é essencial à vida. Tudo o que aqui se celebra é feito por homens singulares e livres, que ao se colocarem no caminho do Senhor, entram na construção de um mundo que responda aos anseios de Cristo: “Reino de Deus”.





Viver a Páscoa

Desde o início que os cristãos entenderam a dimensão existencial que se realiza na Eucaristia. As primeiras comunidades usavam expressões como a usada em Corintio – “Ceia do Senhor”-, ou como a de Jerusalém –“Fração do Pão”-; expressões que acentuavam, em cada uma, um aspeto particular da própria celebração. Como se nota, em Corinto o acento recaia sobre a verdade da comunidade entre pessoas de diferentes classes, que se realizava pela presença do Senhor; já em Jerusalém o acento apontava para a “partilha” de bens entre irmãos, dinamizados pela caridade que a Eucaristia deveria conduzir.

Viver na fé e o amor elevam o conceito de comunhão, essencial para uma existência em Cristo.

É importante referir que na frase “Fazei isto em memória de mim.” (cf. Lc 22,19b), não remete para uma repetição litúrgica, não se tratando, apenas também, de um ato interior. Este memorial indica a ação como a via da sua expressão concreta.
A convergência da memória da Aliança mostra a todos o “projeto” de salvação, assim esta memória não se esvai, nem desaparece a partir da Nova Aliança. Antes pelo contrário, é a presença no passado que interpreta e entende a manifestação no presente, abrindo assim as portas da esperança para um futuro com um Deus que se vai manifestando na história.

Jesus não fala de uma memória de um acontecimento, mas de “Mim”. Este é o acontecimento por excelência que recorda o “Eu” de Jesus, abrangendo e recapitulando toda a Sua existência terrena.
É Jesus que toma sobre si a fidelidade absoluta pelo mundo, colocada num Deus que não se controla, que nos estremece, que nos atinge profundamente no coração, acordando-nos para a vida.

Na Páscoa, Jesus estabelece uma comunidade de destino, representada totalmente inserida Nele mesmo, assim celebramos (realmente) com Ele a Sua memória que se estabelece na beleza da transubstanciação do Pão e do Vinho. Jesus não pode “apenas” ser evocado em pensamento ou oração, Ele mesmo deixou os traços para o contacto com o Seu Corpo e Sangue.

O convite do agir no Senhor está em aceitarmos “o doar-se de Deus”, que se dá em alimento chamando cada um de nós a sermos seus discípulos. Desta forma, a nós cristãos, compete responder a Jesus (o cordeiro imolado) em ação e assim darmo-nos também aos outros e assim a Deus (cf. Jo 15,9).     


Não nos fechemos em conceitos doutrinais estanques, que muitas vezes mais não são do que a tradução da incapacidade humana (instalada na sua imanência) para entender o a transcendência de Deus. Deixemo-nos de purismos, venham de onde vierem, de sentimentos de superioridade em relação a compreensão de Deus, porque o nosso Deus veio para servir e não para ser servido (Mt 20,28 e par.) De um fecundo diálogo ecuménico não irá surgir uma unidade doutrinal, mas terá de nascer a unidade comunitária do respeito de uns pelos outros em favor da Pessoa e da vida.




A Páscoa é assim a passagem que se renova, que vai ao encontro da luz do Mundo, que se fez homens com o homens, para mostrar ao homem que Deus o ama eternamente e que nem a morte pode suster este amor desconcertante e de Deus.


Uma Santa Paz para Todos.






sexta-feira, 18 de abril de 2014

Filme: A Paixão de Cristo .... Mel Gibson (2004)

A Paixão de Cristo

Mel Gibson

(2004)







A PÁSCOA DE JESUS CRISTO

“Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.”
(Jo 13,1)




A “hora” de Jesus é o culminar da revelação e da própria obra salvífica de Deus. Esta é a “hora” que assimila a chegada da existência, em que ao ser vivida com os homens entra na “passagem” de Si mesmo ao Pai, na plenitude da consagração de si mesmo: Amor Maior dado em gratuidade aos homens.





“Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afetuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afeto e compaixão, então fazei com que seja completa a minha alegria: procurei ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento, nada façais por ambição, nem por vaidade; mas com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em vista os próprios interesses, mas todos e cada um exatamente os interesses dos outros.
Tende entre vós os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus:
Ele, que é condição divina,
não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto esvaziou-se a si mesmo,
tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens
e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
(Fl 2,1-8)


A “Kenose” de Jesus não O faz deixar a condição divina, no entanto é precisamente neste mistério que se apresenta “a nu” o amor de Deus por toda a humanidade. É nesta entendimento que sempre digo: “não foi o sangue de Cristo que nos salvou, mas sim o Seu amor que se deu até ao sangue”. Assim a Sua morte, cujo significado transmitiu na última ceia, culmina no ápice enquanto o próprio sacramento do Seu calvário.

Foi na Páscoa que Jesus se mostrará como o crucificado, agora é Ele o novo Templo, Nele encontramos a nossa identidade e coesão enquanto povo crente, que contempla o mais belo tesouro que nos abre a profundidade e proximidade mística entre nós e o divino... entre nós e Deus.

Foi na Páscoa que Jesus partiu e repartiu o pão, nessa repartição que se multiplicou pela multidão faminta (cf. Jo 6,4), realizando ali mesmo a antecipação da Nova Páscoa. Jesus homem com os homens, preparou os seus discípulos para o grande dia, para esse dia que se fez cordeiro, é Ele o cordeiro que Deus, esse que se apresenta a Abraão para se dar por Isaac (cf. Gn 22,10-14), é Ele o que sempre está e sempre esteve, é Ele o que realiza a presença eterna do criador com a criatura, é Ele que se fazendo homem, faz do homem reflexo dos seus olhos misericordiosos, é Ele que nos diz que amar o próximo é amar a Ele mesmo, é Ele que dando a tudo à vida apresenta-a como valor absoluto sobre tudo, é Ele o Verdadeiro cordeiro pascal, o cordeiro libertador e doador da vida definitiva, absoluta, inviolável e eterna.




A Última Ceia

Nessa caminhada livre e consciente para a morte, Jesus surge na última ceia antecipando-a e sacramentando-a através das palavras e dos gestos sobre o pão e o cálice.

Num contexto histórico, esta ceia vem na sequência de outras que muito preocupavam os seus opositores. Naquela altura, facto de “sentar-se” à mesa com alguém era encarado como um sinal de criação de uma comunidade de vida, comer o mesmo alimento era interpretado como comunhão e reconciliação. Sem dúvida que a partir da confissão de Césareia, a participação na refeição com Jesus aparecia como participação nos bens messiânicos, com Ele a salvação era oferecida a todos, sem existir distinções, porque na mesa do Senhor (como na mesa de casa de uma mãe) há sempre lugar para mais um.
A ceia foi assim vivida em ambiente, há mesmo que veja nesta ceia a própria ceia pascal de Jesus com os seus discípulos. Desta forma, e na linha da tradição judaica, o rito pascal era celebrado tendo em vista a libertação (cf. Ex 12,26; 14,8)

Purificai-vos do velho fermento, para serdes nova massa,  á que sois pães ázimos, Pois Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.”
(1 Cor 5,7)

Mas algo de novo acontece nesta ceia, ela será o banquete definitivo até ao banquete final no Reino de Deus.

Quando Jesus pega o pão e abençoa, parte e reparte, aquele que é Seu corpo (que será entre até à morte), em seguida pega no cálice abençoa e diz que aquele é o Seu sangue (que será derramado). Jesus apresenta de uma forma penetrante a Sua morte, enquanto sacrifício pascal, do qual ele é o novo cordeiro, em que assenta a escatologia humana. A morte do Senhor remete para a aliança brutal que se tinha realizado no Sinai (cf. Ex 24,8).

Segundo o ritual judaico, a participação no pão partido e repartido e no vinho abençoado pelo pai de família, faz que todos se sentissem recebidos na família. A realidade sacramental atinge toda a sua dramatização no calvário.

Os discípulos tinham agora que viver enquanto atores de resposta ao apelo de Jesus. A sua existência terá a sua expressão ao longo dos tempos, assumido no sacrifício que torna Jesus presente: a Eucaristia.
A Eucaristia será a ligação da Igreja com o Seu Mestre, que renova sempre a Páscoa, na repartição de tarefas, sempre em anamnese. Jesus aceita o sacrifício, cuja morte são apontados em Is 53, como o “dom dos inocentes” (v9), suportados pelos inocentes e com as ciências (v8), voluntariamente (v10), queridos por Deus (v16).

Ele é a nossa Páscoa, a libertação do nosso povo com o pecado e da própria morte.    




Conclusão

Jesus personifica a Palavra e a revelação definitiva de Deus, esta incorporação eleva a “hora” suprema da Sua vida, realizando plenamente o desígnio salvífico de Deus. A Páscoa judaica, que realiza a recordação e fomenta a esperança é agora compreendida no expoente da singularidade divina.
Tornando-se na nova Páscoa, derramando o seu próprio sangue, Jesus leva consigo toda a humanidade cujos pecados irá assumir sobre Si mesmo. Jesus é o Sião, Nele está em oração toda a comunidade santa, que agora se levanta do pecado.


O sangue de Jesus personaliza a entrega e fidelidade que Deus dá ao seu povo, que agora se assume sem fazer distinções a ninguém. O sangue de Jesus simbolizado no cordeiro imolado, realiza definitivamente a Nova Aliança, inscrita na paz.





quarta-feira, 16 de abril de 2014

PÁSCOA NO TEMPO DE JESUS

Como memória da saída do Egito e da manifestação de Deus nesta saída, a celebração da Páscoa era a festa por excelência, não só a mais importante mas também aquela cuja a profundidade e significado estabelecia uma identidade comum ao povo judeu.
Jerusalém, cidade santa, era o local central para a festa do “Dia de Javé”, tempo para a alegria da libertação, tempo de ação de graças.

A manifestação fundamental estava reservada para a refeição pascal, esta centrava-se no banquete em que era comido o cordeiro, que antes tinha sido imolado no Templo. O cordeiro tinha de ser adquirido quatro dias antes, 10 de Nizan, a sua imolação seria executada somente após o meio-dia do dia 14. Seguidamente iria efetuar-se a ceia pascal que se iniciava em entardecer do mesmo dia 14, ou seja início do dia 15 de Nizan, já que os dias iniciavam-se após o pôr-do-sol, e não á meia-noite.

O ritual iniciava-se com a preparação do primeiro cálice, em que se fazia a oração de louvor, e após tomarem os aperitivos dava-se a abertura da liturgia pascal que precedia o banquete. O pai de família ou o presidente da mesa dava uma explicação da ceia com base na seguinte passagem:

“Proclamarás, então, em voz alta diante do Senhor, teu Deus:
“Meu pai era arameu errante: desceu ao Egito com um pequeno número e ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte e numeroso. Então os egípcios maltrataram-nos, oprimiram-nos e impondo-nos dura escravidão.
Clamamos ao Senhor, Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu o nosso clamor, viu a nossa humilhação, os nossos trabalhos e a nossa angustia, e fez-nos sair do Egito, com a sua mão forte e seu braço estendido, com grandes milagres, sinais e prodígios. Introduziu-nos nesta região e deu-nos esta terra, terra onde corre leite e mel. Por isso, aqui trago agora os primeiros frutos da terra de que me deste, Senhor!
Depois, colocarás isso diante do Senhor, teu Deus, e prostrar-te-ás diante do Senhor, teu Deus. Alegra-te por todos os bens que o Senhor, teu Deus, te der e à tua casa, tu, o levita e o estrangeiro que estiver no meio de ti!””
(Dt 25,5-11)



A partir deste texto eram feitas as diversas interpretações, no entanto dois elementos estavam sempre presentes: o cordeiro pascal, que obviamente os transportava para a lembrança de que Javé os havia poupado do extermínio, e também o pão ázimo que recordava a libertação da escravatura.




“Aleluia!
Louvai, servos do Senhor,
   louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor,
    agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr-do-sol,
    seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor reina sobre as nações,
    a sua majestade está acima dos céus.

Quem é como o Senhor, nosso Deus,
    quem tem o seu trono nas alturas?
Ele se inclina, lá do alto,
    para observar o céu e a terra.
Ele levanta do pó o indigente,
e tira o pobre da miséria,
para o fazer sentar entre os grandes do seu povo.

Ele dá família à mulher estéril
    faz dela a mãe feliz de muitos filhos.
Alleluia!”
(Sl, 113)


“Quando Israel saiu do Egito,
    e a casa de Jacob, do meio de um povo estranho,
Judá torna-se santuário do Senhor
    e Israel o seu domínio.

Á vista disso, o mar afastou-se
    e o Jordão voltou atrás.

Os montes saltaram como carneiros
    e as colinas, como cordeiros.
Que tens, ó mar, para assim fugires,
    e tu, Jordão, para retrocederes?
Montes, porque saltais como carneiros,
    e vós, colinas, como cordeiros?

Treme, ó terra, com a chegada do Senhor,
    com a presença do Deus de Jacob,
que transforma as rochas em lagoas,
    e as pedras, em fontes de água.”
(Sl 114)

Após recitar a primeira parte do Hallel, que está transcrito em cima e que compreende os Salmos 113 e 114, bebia-se o segundo cálice e iniciava-se o banquete.

O pão ázimo era benzido pelo presidente do banquete, que em seguida partia e repartia por todos os participantes. Mais tarde realizava-se a bênção do terceiro cálice, o chamado “cálice da bênção” que assinalava o fim do banquete. Nesta altura recitava-se a segunda parte do Hallel (que pode ler-se em Sl 115-118) juntamente com o cântico de louvor sobre o quarto cálice. A ceia terminaria por volta da meia-noite, no entanto os participantes não deviam sair das suas casas ou tendas antes da manhã seguinte, continuando a festa por mais sete dias (Ázimos).

Qual o objetivo e conteúdo da festa?

Este é louvor da passagem da “não-vida à vida” é a primavera do povo, a sua origem. A evocação da saída do Egito em que Javé se manifesta de uma forma magnífica, é também um elemento agregador do povo para a realização de uma adoração e evocação em agradecimento profundo a Javé.

No entanto é importante salientar que o povo nunca associou a celebração, a comemoração ou o recordar a uma simples evocação de uma memória de um passado; segundo os doutores da lei, em cada geração existia a noção de que eram também “atores” concretos da saída do Egito. O Êxodo torna-se presente e vivo em cada pessoa e assim no povo, a simbologia do amargo da escravidão estava representado nas ervas amargas e a alegria da libertação para uma nova vida, apresentava-se no pão ázimo.





No olhar para o passado explica-se o presente, numa visão de passagem (Páscoa) da escravidão para a liberdade, no caminho para o futuro, que através da presença de Javé no passado se assegura a Sua presença para o que virá, enquanto lugar de esperança.

Desta forma a Páscoa era também uma celebração escatológica, em que interpelava à obediência e à fidelidade a Javé, enquanto razão, origem da vida e sustentação do destino do povo, Povo Eleito.