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sábado, 30 de novembro de 2013

Debate: História humana de Jesus (1993)


Debate La Clave

Um debate promovido pela televisão espanhola.
Um excelente debate acerta de um tema que continua a apaixonar.

HISTÓRIA HUMANA DE JESUS



Notícias: Rádio Vaticano - Papa aos universitários

Papa aos universitários: "Não sejam espectadores, mas protagonistas dos desafios contemporâneos"


  A homilia do Santo Padre

Rádio Vaticano
Renova-se hoje o tradicional encontro de Advento com os estudantes das Universidades de Roma, aos quais se unem os reitores e professores das Universidades romanas e italianas. Saúdo cordialmente a todos: o Cardeal Vigário, os Bispos, as autoridades acadêmicas e institucionais, os assistentes das Capelanias e grupos universitários. 
Saúdo particularmente vocês, queridos universitários e universitárias.

 
 
 
 
O augúrio que São Paulo dirige aos cristãos de Tessalônica, para que Deus possa santificá-los até a perfeição, por um lado mostra a sua preocupação com sua santidade de vida colocada em perigo, e de outro uma grande confiança na intervenção do Senhor. Esta preocupação do Apóstolo é válida também para nós cristãos de hoje. A plenitude da vida cristã que Deus realiza nos homens, na verdade, está sempre ameaçada pela tentação de ceder ao espírito mundano. Por isso, Deus nos doa a sua ajuda mediante a qual podemos preservar os dons do Espírito Santo, a nova vida no Espírito que Ele nos deu. Conservando esta "linfa" saudável em nossa vida, todo o nosso ser, espírito, alma e corpo, se conserva irrepreensível, na posição vertical. Mas por que Deus, depois de ter concedido seus tesouros espirituais, ainda tem de intervir para mantê-los íntegros? Porque somos fracos, a nossa natureza humana é frágil e os dons de Deus são preservados em nós como em "vasos de argila".

A intervenção de Deus em favor de nossa perseverança até o fim, até o encontro definitivo com Jesus, é expressão de sua fidelidade. Ele é fiel primeiramente a si mesmo. Portanto, a obra que começou em cada um de nós, com seu chamado, Ele a levará até o fim. Isso nos dá segurança e grande confiança: uma confiança que se apoia em Deus e exige nossa colaboração ativa e corajosa para enfrentar os desafios do momento presente. Queridos jovens universitários, a sua vontade e suas capacidades, unidas ao poder do Espírito Santo que habita dentro de cada um de vocês desde o dia de seu Batismo, permitem que vocês sejam não espectadores, mas protagonistas dos acontecimentos contemporâneos.

São vários os desafios que vocês jovens estudantes universitários são chamados a enfrentar com coragem interior e audácia evangélica. O contexto sociocultural em que vocês estão inseridos às vezes sofre o peso da mediocridade e do tédio. Não é necessário se resignar à monotonia da vida cotidiana, mas cultivar grandes projetos, ir além do comum: não lhes deixem roubar o entusiasmo juvenil! Seria um erro também deixar-se aprisionar pelo pensamento fraco e pelo pensamento uniforme, bem como pela globalização entendida como homologação. Para superar estes riscos, o modelo a seguir não é da esfera na qual está nivelada toda saliência e desaparece toda diferença; o modelo é do poliedro que inclui uma multiplicidade de elementos e respeita a unidade na variedade.

O pensamento, de fato, é fecundo quando é expressão de uma mente aberta, que discerne sempre iluminada pela verdade, pelo bem e pela beleza. Se vocês não se deixarem condicionar pela opinião dominante, mas permanecerem fiéis aos princípios éticos e religiosos cristãos, vocês encontrarão a coragem para caminhar até mesmo contracorrente. Num mundo globalizado, vocês poderão contribuir para salvar peculiaridade e características próprias, buscando, porém não baixar o nível ético. De fato, a pluralidade de pensamento e de individualidade reflete a multiforme sabedoria de Deus, quando se aproxima da verdade com honestidade e rigor intelectual, de modo que cada um pode ser um dom para o benefício de todos.

O compromisso de caminhar na fé e se comportar de maneira coerente com o Evangelho acompanhe vocês neste tempo de Advento, para viver de maneira autêntica a festa do Natal do Senhor. Pode ajudá-los o belo testemunho do Beato Pier Giorgio Frassati, que dizia: "Viver sem uma fé, sem um patrimônio para defender, sem apoiar numa luta contínua a verdade, não é viver, mas com viver com dificuldade. Nós não deveríamos viver com dificuldade, mas viver".

Obrigado e boa caminhada rumo a Belém!
 


Rádio Vaticano


Notícias: G1 - Papa queria sair por Roma dando ajuda aos pobres


Francisco queria ajudar no trabalho do esmoleiro apostólico. Konrad Krajewski não deixou claro se o pontifície realizou desejo.



Konrad Krajewski, o esmoleiro apostólico do Vaticano – responsável por distribuir ajuda aos pobres - revelou o desejo do pontífice de sair com ele durante a noite para levar ajuda aos necessitados de Roma, segundo publicou a imprensa italiana nesta sexta-feira (29), de acordo com a agência EFE.
“No início, quando eu costumava sair à noite por Roma, às vezes o papa me perguntava se podia me acompanhar, e não se dava conta dos problemas que poderiam ser criados caso sua saída do Vaticano fosse conhecida”, explicou Krajewski.
O esmoleiro não respondeu se o Papa chegou a sair com ele alguma noite, o que criou especulações de que Francisco possa realmente ter saído incógnito do Vaticano.
Krajewski relatou como o papa, que o nomeou capelão no dia 3 de agosto, o pediu para repetir um costuma que tinha quando era arcebispo de Buenos Aires: sair pessoalmente para levar ajuda aos necessitados.
O arcebispo polonês de 50 anos recordou o que Francisco lhe disse quando o nomeou. “Não ficará sentando em um escritório. Não espera que as pessoas chamem a sua porta, vá busca-las. Quero que você fique entre as pessoas para que leve meu carinho aos pobres, aos desesperados, aos últimos.”
“Cada vez que o Papa me vê, me pregunta se preciso de dinheiro”, explicou o capelão, que relatou que Francisco costuma dizer que “uma conta corrente está bem quando está vazia, porque o dinheiro foi doado aos necessitados.”
Trabalho
O esmoleiro apostólico é a pessoa que deve colocar em prática as prioridades de Francisco por uma Igreja solidária.
Krajewski contou que acorda todos os dias às 4h30 e inicia sua jornada respondendo cartas de ajuda que chegam ao Vaticano e as que são entregues pessoalmente pelo Papa Francisco.
Ele se encarrega de comprovar que as cartas sejam verdadeiras entrando em contato com os párocos locais, e através deles envia pequenas doações – de 200, 500 ou 1000 euros, segundo a necessidade de cada um.
"Nós recebemos todas as manhãs cartas em um grande envelope. Elas vêm diretamente do Santo Padre. Ele nos orienta: 'Você deve telefonar para ele. Ou você saberá o que fazer... não há critérios, as coisas nascem segundo as circunstâncias'", conta.
Quando ele precisa ou deseja ver o Papa, vai diretamente à residência Santa Marta. O encontro dura cerca de 5 minutos.
Foto: G1
Krajewski resolve os problemas o mais rápido possível, como por exemplo pagar o aluguel atrasado de uma família. Para evitar mentiras, "nós telefonamos para o padre responsável pela comunidade. É melhor ter uma carta timbrada do padre".
"Outro dia, o Papa me pediu para que eu enviasse 200 euros para uma senhora de Veneza que teve sua carteira roubada quando ia comprar seus remédios. As cartas que ele recebe geralmente são gritos de revolta", conta ele que é conhecido como "Dom Corrado", porque seu nome é muito complicado para ser memorizado.
Enviado pelo Papa a Lampedusa, Konrad Krajewski distribuiu 1.700 cartões telefônicos para que os eritreus sobreviventes o naufrágio telefonassem para suas famílias.
No início de novembro, o Papa recebeu uma carta emocionante de uma família italiana falando da perda irreparável de sua pequena Noemi, pois sofria de atrofia muscular espinal. Ele enviou Krajewski para ver a família, que foi hospedada na noite seguinte na residência Santa Marta, e para quem ele pediu para que a multidão reunida na Praça São Pedro orasse.
Durante a noite, acompanhado dos guardas suíços que fazem a segurança do Vaticano, o esmoleiro leva ajuda e comida a moradores de rua e outras pessoas carentes.
A Esmolaria Apostólica é financiada com doações e com 250 mil euros que são arrecadados anualmente com a venda de pergaminhos benzidos pelo papa, que custam entre 5 e 15 euros.
No ano passado, o grupo distribuiu cerca de 1 milhão de euros e ajudou cerca de 6,5 mil pessoas.

(Fonte: G1)


G1

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Como comunicar neste mundo que quase não tem tempo para pensar?


Como então encarar a realidade?



Antes de mais teremos de ter bem presente o ponto de partida: tal como Jesus Cristo, a Igreja não se pode fechar sobre si mesma, a sua acção de busca pelo próximo implica uma permanente acção missionária e pastoral que se insere na própria palavra. Tal como Cristo, a Igreja tem que se movimentar, indo ao encontro para abrir o coração, acolhendo a todos, mesmo aos que não acreditam, porque também neles está o Senhor.
O “communio” é algo que tem de ser enquadrado por toda a comunidade cristã como ponto em que tudo tem que convergir, esta é uma noção que tem de estar bem na Igreja, tanto enquanto instituição como em todas as suas expressões organizativas.

A definição de uma “política de comunicação”, não só é necessária, como um imperativo para a Igreja.

O pensamento intuitivo nas instituições/empresas, tem a sua importância, mas, se aplicarmos o conceito de Inteligência Empresarial ao universo da comunicação, acabamos por descobrir que a instituição só por si não resolve os problemas. As coisas não se resolvem apenas a partir de uma suposta estética, a comunicação atinge todo este universo, agregando-o num pensamento dirigido às pessoas.
Para tal é necessário pesquisas, avaliações permanentes, dimensionar sistemas de trabalho, porque queiramos ou não, as pessoas e as organizações experimentam mudanças bruscas no seu comportamento e perfil.

É óbvio que a comunicação da Igreja não se restringe aos meios propriamente ditos, como: televisão, rádio, jornais, folhetos, livros… A sua comunicação é também realizada nos meios de reflexão das comunidades pastorais, grupos, movimentos, etc, a comunicação realiza-se em diversas áreas e com diversos veículos, sendo que as acções são levadas a cabo a partir das pessoas que têm como grande inspiração os verdadeiros valores que estão presentes no Evangelho.

No entanto a comunicação é para a Igreja um processo ligado directamente à missão de Jesus, Ele foi o grande e legítimo comunicador da Verdade. Sem esta ligação ao Senhor a Igreja não acontece.

A primeira missão da Igreja é a Comunicação.

Reparamos também que um dos pontos fundamentais para que este movimento entre a palavra e os crentes se realize, está ligado à figura de quem preside à Eucaristia e ministra a liturgia, isto quer se queira quer não, é um dado objectivo. Figuras do passado como o Padre António Vieira são exemplos concretos de como a acção comunicativa, sempre em ligação ao Evangelho pode levar a que a realidade da caridade e da justiça se manifeste na sua plenitude. A comunicação cristã, é a comunicação ligada ao “logos” encarnado, a sua mensagem terá não só que tocar consciências, mas acima de todo o coração.

Um dos meios de comunicação muito usado na acção cristã, prende-se com a comunicação visual. Fico muitas vezes atónito com a falta de gosto gráfico em muitos suportes ligados à comunicação da Igreja e isto muitas vezes não está ligado a restrições orçamentais, mas sim com mau gosto e com uma grande falta de conhecimento de conceitos actuais no que respeita à comunicação visual e não só. A força da imagem não é apenas nos dias de hoje um elemento de grande relevância, sempre o foi, daí que a Igreja tenha de ter uma grande atenção nesta área. Na grande maioria das paróquias os suportes gráficos que são postos em circulação têm uma concepção visual fraca (de gosto muito duvidoso) levando a que a informação seja de difícil compreensão para os fieis. Esta atitude vem em contraposição à própria história da Igreja que sempre buscou o belo como forma de expressão visual, daí que o cuidado gráfico é uma obrigação. A atenção também se faz pelos olhos, a expressão visual ajuda à interiorização da mensagem e é factor de inegável importância para a Igreja actual enquanto veículo da mensagem de Deus.
Os representantes da Igreja têm cada vez mais de ter presente os factores actuais da comunicação, é fundamental que esta recorra a profissionais. É necessário ter uma comunicação perceptível maior número de pessoas. Assim para que tal aconteça de uma forma correcta, é necessário que quem colabore na comunicação da Igreja (nos seus diversos meios) seja também cristã, para que, ao aplicar o processo de comunicação, a doutrina da Igreja e acima de tudo a mensagem de Cristo, seja passada de uma forma correcta, soltando assim os sentidos. Na realidade uma interligação de conhecimentos é um factor decisivo nos dias de hoje.

Noto que muitas vezes há um desvirtuamento da mensagem por partes de muitos crentes e não crentes, isto acontece, não por ignorância, mas pelo uso errado de processos, levando não só a um alheamento de muitos fiéis como também a um afastamento cada vez maior de vocações. Não basta pedir para que os fiéis “rezem pelas vocações”, é necessário abrir o coração a novas vocações, e é precisamente aqui que a Igreja Católica falha (principalmente no mundo ocidental), no que diz respeito às metodologias de comunicação. Ela como dom de Deus, deveria ser um exemplo não só de informação de qualidade, como também deveria ter uma exigência e um cuidado estético que provém não só da sua história, como também da sua missão enquanto presença efectiva de Deus na Terra.    

A missão comunicativa da Igreja provém de há 2000 anos, portanto Ela tem a noção perfeita que não tem apenas uma mensagem a comunicar, Ela é a própria mensagem. Através deste movimento podemos alcançar uma reflexão introspectiva da fé, entendendo que ela não é apenas conceito, mas sim base essencial para a prática e opção concreta de vida. A comunicação da Igreja mexe com o ser na sua essência, não é a passagem de ilusões nem de métodos de auto-ajuda, a mensagem abrange o homem e o meio na sua totalidade, num diálogo permanente com o Senhor. Sendo que esta profundidade deveria ser sempre princípio fundamental para toda acção evangelizadora.

Como já vimos esta comunicação deverá ser transmitida de forma oral e escrita, a inércia da comunicação leva a uma inércia do pensamento, tornando-o muitas vezes errado e completamente fora do sentido de Verdade que lhe advém.
Ser discreto é não abusar da exposição da imagem de uma forma pouco produtiva (no que à Igreja diz respeito), ser discreto é dizer apenas aquilo que é necessário, ser discreto é comunicar as mensagens com simplicidade e sabedoria, não se ligando a tendências passageiras, em que a necessidade de uma resposta quase imediata poderá levar a “afirmações” desprovidas de razão. Jesus Cristo mostrou-nos o sentido da verdade na sua dimensão mais profunda, através de uma comunicação perceptível a todos, sem que por isso a intemporalidade fosse abalada, “na sua mensagem o “céu” e a “terra” unem-se”.

Cada vez mais os meios de comunicação como a televisão, rádio, cinema, imprensa, internet, etc…; tornaram-se indispensáveis na vida eclesial. Esta comunicação terá de estar ligada a um sentido estético, visando o realce e clareza na essência do pensamento, eliminando a confusão ou a interpretação abusiva - a comunicação deverá ser esclarecedora e corajosa -.
Já no documento no Concílio Vaticano II – “Inter Mirifica” – analisava-se o poder da comunicação que leva a uma influência directa na acção sociedade, que poderá ser feita tanto para o bem como para o mal.
Na Encíclica “A Missão do Redentor” é apresentado o mundo da comunicação como o “primeiro areópago dos tempos modernos…”

Quando olhamos ao nosso redor, somos confrontados com um sistema neo-liberal em que cada um pensa no melhor para si mesmo, em que a recusa de Deus surge como uma suposta forma de liberdade. É notório a existência de pensamentos próximos ao niilismo como “inspirações viáveis” para a humanidade, no entanto perante uma globalização egoísta notamos o aumento daqueles que ficam à margem de todos os recursos, os excluídos.
Aqui o Cristianismo terá de entrar com firmeza: para nós todos contam, todos temos a mesma importância perante Deus, é nesta forma e com esta postura que temos que agir – comunicar -, com a convicção baseada no sentido mais profundo dos valores ligados à dignificação do ser humano em toda a sua totalidade.

A compreensão do alcance da comunicação tem de fazer parte de todos os líderes da Igreja.

Também os Apóstolos através do Espírito Santo foram incumbidos de comunicarem a Boa Nova dando início à própria Igreja: “Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa” (Act. 2, 2-4). Portanto o anúncio da Pascoa do Senhor é, para nós católicos, missão essencial de divulgação.

A Igreja muitas vezes tem falhado neste aspecto, daí que as palavras do Papa Bento XVI na sua viagem a África, aquando da confrontação por parte dos jornalistas acerca do uso do preservativo, foi notória a falha tanto na altura de abordagem, como no uso das palavras, o que levou a interpretações verdadeiramente abusivas. No entanto o que ficou registado para a sociedade global foram aquelas palavras do Papa, ou seja onde ele pedia sensibilização para a responsabilidade do ser humano, interpretou-se irresponsabilidade da Igreja, esquecendo-se o trabalho que muitos missionários católicos fazem em África em comunidades fortemente afectadas pelo HIV. O sentido de abandono por parte dos países ocidentais desenvolvidos em relação ao combate eficaz da infecção, ficou como que inexistente. No entanto, a condenação às palavras do Papa Bento XVI foram postas em relevo de uma forma global. Curiosamente os países em que mais se levantaram vozes contra as declarações do Papa são aqueles que se aproveitam de África apenas na exploração das suas riqueza, em que as populações são verdadeiramente ignoradas e deixadas ao abandono.
É esta a força que a comunicação tem…

A Igreja (como instituição) é falível, daí que saber comunicar com o mundo actual, leva a que seja necessária a presença de profissionais capacitados para colaborarem com a Igreja para deste modo se atingir os resultados desejados. Infelizmente vemos muitos líderes da Igreja impreparados a acharem-se capacitados, sem no entanto terem a plena noção da realidade que hoje estamos confrontados. Poderia dar muitos casos como exemplo, no entanto personalizar em demasia este aspecto poderia tornar-me injusto, porque ao mesmo tempo que temos lideres impreparados, temos também muitos de altíssima qualidade e que têm dado novos horizontes para o futuro da comunicação da Igreja Católica.

Claro que a comunicação, só por si, não resolve os problemas da Igreja, no entanto contribui decisivamente para um esclarecimento correcto do seu pensamento. A utilização da comunicação com critérios bem definidos, tendo por base a própria doutrina e convicção católicas, faz com que a unidade da Igreja seja mais solidificada. Com isto não estou a dizer que o pensamento crítico, mesmo dentro da própria Igreja não possa existir, antes pelo contrário, é no confronto de ideias que as respostas se tornam mais úteis às realidades concretas do mundo, daí que uma comunicação feita em moldes actuais tenha de ser parte fundamental para acção da Igreja do séc. XXI. Só desta forma a comunicação atinge a substância evangelizadora, tornando compreensível a profundidade do seu pensamento como factor fundamental para o crescimento do homem no mundo.

No decreto “Inter-Mirifica” (1963), realizado no Concílio Vaticano II, notamos um grande empenho da Igreja para esta área.
A comunicação deverá ser sempre um foco na divulgação dos desígnios de Deus, de uma forma clara e esclarecedora.

“Que a comunicação seja sempre verdadeira, integra, honesta e equilibrada, observando as leis morais, a dignidade e os legítimos direitos dos homens, tanto na busca das notícias, quanto na sua divulgação”. – “Inter-Mirifica”

Claro que a comunicação nos dias de hoje requerer uma acção rápida, este imediatismo poderá levar a tomadas de posição despropositada, que mais tarde são desmentidas ou alteradas, tornando-se assim afectadas por uma grande fragilidade. A Igreja nunca poderá enveredar por este caminho, os assuntos antes de serem comunicados, nos vários meios, deverão ser sempre antecedidos por uma reflexão, para que exista substancia de interesse e de posição concreta. Este é um ponto que na actualidade faz toda a diferença, embora as acções tenham de ser mais rápidas, isso não significa que não devam ser pensadas, reflectidas e analisadas antes de serem comunicadas. Comunicar por comunicar, é o maior erro que se podia cometer.  




Notícia: Papa lê carta de menino argentino doente (out.)

Não podia de deixar de partilhar este comovente artigo...



O papa Francisco leu uma carta de um menino argentino de 16 anos na sexta-feira (4 Out.), em um discurso a crianças doentes e deficientes na cidade de Assis, na Itália. "Nesta carta, no coração deste garoto, tem a beleza, o amor e a poesia de Deus, que se revela a quem tem o coração simples, aos pequenos, aos humildes e aos que consideramos os últimos", disse Francisco, referindo-se à carta enviada pelo garoto.

No documento, o menino, identificado como Nicolas, conta que pediu para seus pais escreverem ao Papa porque "não pode falar e nem caminhar". "Quero te contar que, quando eu tinha 6 anos, no meu colégio, que se chama Aedin, o padre Pablo me deu a primeira comunhão. E este ano, em novembro, receberei a crisma, uma coisa que me dá muita alegria. Todas as noites, desde que me você (o Papa) pediu, peço ao meu anjo da guarda, que se chama Eusébio e que tem muita paciência, que cuide de você e te ajude", relatou o garoto na carta, citada pelo Papa.






O menino também pediu para Francisco ficar "tranquilo", pois "o anjo da guarda trabalha muito bem. "Ele cuida de mim e me acompanha todos os dias! Ah! E quando não tenho sono, ele vem brincar comigo!! Eu gostaria muito de ver e receber a sua benção e um beijo: só isso! Desejo-te muita saúde e sigo pedindo para Eusébio que cuide de você e te dê força. Beijos. Nico", escreveu o menino ao Papa. Francisco realiza hoje uma visita pastoral à cidade de Assis, por ocasião do Dia de São Francisco de Assis, que também é patrono da Itália. Esta é a primeira visita oficial do papa Francisco ao local onde nasceu, viveu e morreu o santo que serviu de inspiração para o seu nome.

(Fonte ANSA)


ANSA

Imagem: Anunciação - Da Vinci


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Comunicar a Palavra


 

“Mas de modo nenhum considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contando que a bom termo a minha carreira e o serviço que recebi do Senhor, ou seja, testemunhar o Evangelho da graça de Deus.” (Act. 20, 24)


O Cristianismo tem na sua missão a comunicação, sem ela a mensagem de Deus nunca nos chegaria.

Se na realidade alguém usou a comunicação como ferramenta fundamental, essa pessoa foi Jesus Cristo. Através da sua comunicação deu-se a conhecer à comunidade, para tal soube usar como ninguém, expressões e frases que marcaram a sua mensagem para todo o sempre. Da mesma forma as parábolas aparecem como um meio de fazer com que a sua mensagem fosse melhor entendida e acolhida no interior de cada um. É missão da Igreja comunicar, no entanto esta comunicação terá de se adaptar sempre, tanto aos novos meios de comunicação, como a sua linguagem terá de ser de compreensão para todos.

S. Paulo foi sem dúvida um dos grandes comunicadores do início do Cristianismo, ele que recebeu esta incumbência através do próprio Senhor (cf. Act. 9,4-6), levou a mensagem renovada (Boa Nova) a vários lugares, e principalmente aos dois lugares mais importantes da época: Grécia e Roma.
Através dele a palavra redentora deixou de fazer parte somente dos judeus passando a ser difundida para todos, S. Paulo foi na realidade o pioneiro na acção da universalização da palavra. Através do seu grande preparo, e com a luz do Espírito Santo, falou tanto para os mais simples como para a elite da altura, tornando desta forma a sua palavra nítida. Mesmo hoje, e com dois mil anos de diferença, os seus escritos continuam bem actuais. A sua missão, foi a de acolher a palavra e apresentá-la a todos - a comunicar -, fazendo também desta missão uma obrigação de vida. Uma Igreja que não saiba comunicar, não existe como tal, sendo que esta comunicação deverá ter sempre a inspiração em Jesus Cristo, e somente Nele.

A Igreja, enquanto instituição organizada, através da sua acção em diferentes áreas (que no entanto todas estão ligadas e centradas num objectivo comum: o ser humano), terá de se prepara sempre para que a sua abrangência seja compreendida e absorvida pela população. Esta “política de comunicação” em nada deverá estar em contraponto com a essência da sua doutrina institucional, antes pelo contrário, o uso de omissões ou de fugas da verdade, em nada se liga à essência da Igreja: verdade e coragem.
Uma comunicação acertada, responde aos anseios do homem, não só dos crentes como também daqueles que não se identificam no Cristianismo. Para tal a comunicação deverá estar sempre esclarecedora e frontal. Esclarecer não só a realidade da doutrina como a realidade da acção, mesmo isto que traga problemas. Esconder a realidade, poderá levar a certos resultados a curto prazo, no entanto isto é a antítese da razão, e desta forma as suas bases de sustentação cairão.



.... Soltas ....


"A Igreja não se pode comportar como uma empresa, que muda a oferta quando a procura diminui"
 (Cardeal Karl Lehmann)



Notícias: Peregrinação de greco-católicos ucranianos

Peregrinação de greco-católicos ucranianos nos 50 anos da deposição das relíquias de S. Josafat na basílica de São Pedro. Papa exorta à comunhão e colaboração com todos


Vaticano News
Papa observou que “a memória deste santo Mártir (Josafat) nos fala da comunhão dos santos, da comunhão de vida entre todos os que pertencem a Cristo.” Uma realidade que nos faz provar a jubilosa fraternidade de todos os santos. Daqui uma consequência muito prática para a vida de cada dia:
“cada aspecto da nossa vida cristã pode ser animado pelo desejo de construir conjuntamente, de colaborar, de aprender uns com os outros, de testemunhar conjuntamente a fé”.
Um caminho todo ele centra em Jesus Cristo, o Ressuscitado, que se faz nosso companheiro, sempre ao nosso lado.
 (Fonte: Vaticano News)





Vaticano News

domingo, 24 de novembro de 2013

Notícias: Vaticano News - Relíquias de São Pedro

Papa abençoa relíquias de São Pedro


Vaticano News
Antes da cerimónia, o relicário foi levado em procissão ao adro e deposto, fechado, no pedestal junto ao altar. No início da missa, foi aberto e enquadrado pelas câmeras de TV, sendo possível ao público ver os oito fragmentos através dos telões espalhados na Praça. Neste momento, o Papa se dirigiu ao altar e abençoou as relíquias.




A pequena caixa em bronze de cerca de 30x10 cm tem a inscrição em latim “Ex ossibus quae in Arcibasilicae Vaticanae hypogeo inventa Beati Petri Apostoli esse putantur” (Dos ossos vindos do hipogeu da Basílica do Vaticano, considerados do beato apóstolo Pedro). Oferecida a Paulo VI em 1971, permanece desde então na capela do apartamento papal do Palácio Apostólico do Vaticano.

(Fonte: Vaticano News)



Vaticano News

Liturgia: Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Portal dos Dehonianos

Tema da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo 

A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.
A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.
O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o “Reino”; no entanto, o “Reino” que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.
A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Viver a Eucaristia (2 / 2)


A Eucaristia é portanto um ponto de inegável importância para todos aqueles que fazem parte da Igreja. Hoje houve falar-se muito de um novo tipo de católicos – “católicos não praticantes” -, esta definição está inteiramente fora da definição de católico. O católico ou é ou não é, hoje vivemos sempre neste “meio termo” absurdo. Claro que podemos não estar de acordo com alguns pontos da Instituição Católica, no entanto isto em vez de nos tornar “marginais” deveria levar-nos a ter uma presença e acção mais efectiva.
Claro que no que diz respeito à Eucaristia, esta tem uma ligação muito estreita na figura daquele quem a preside, isto é inegável… Muitas vezes o “sucesso” de uma paróquia em relação a outra, deve-se também às capacidades dos próprios párocos, e claro que na Eucaristia este aspecto é ainda posto mais em relevo. Como em todas as áreas existem diferentes capacidades e competências, sendo a Eucaristia base fundamental para a Igreja, quem a preside apresenta-se com uma figura muito relevante, mas (e isto é muito importante para toda a acção eucarística) nunca como elemento fundamental. Padres e bispos são representantes e não figuras centrais, a figura central é sempre Jesus Cristo. A liturgia está ausente do actor, porque o fundamento está na comunhão com Cristo. Uma Eucaristia mesmo “simples” – no sentido mais comum da palavra -, mas que tenha inerente a si um elemento profundo, torna-a sempre actuante e marcante na fé e a Igreja enquanto instituição terá de ter bem presente este ponto. No entanto será sempre verdade que um “padre competente”, que saiba não só explanar toda a liturgia de forma correcta, mas também que tenha um discurso coerente, fará com que o interesse da comunidade seja mais óbvio, contribuindo assim para uma vida comunitária em redor da Igreja mais activa e portanto mais pastoral. Isto atrai não só mais fiéis, mas também que se torne parte integrante e ponto de referência para a comunidade local, fazendo com que haja uma identificação Comunidade/Igreja. Existem, infelizmente paróquias que, por uma má conduta do sacerdote, fez com que muitos se afastassem da Igreja e da própria Eucaristia. Portanto a Igreja tem também uma quota parte de responsabilidade no aumento deste novo tipo de católico –“o não praticante” -, este é um aspecto para o qual a Igreja terá de ter uma atenção muito apertada, e que não poderá nunca fechar os olhos. 

A Eucaristia é algo que se assume como ponto de excelência da oração ao Senhor, e esta é uma - noção fundamental que está inerente a toda a liturgia que a sustenta -.
Ao pertencermos à Igreja temos de ter a noção que a sua existência actual provém da sua origem mais remota. A partir deste olhar para o passado, projectamos sempre o futuro, tendo em atenção os seus pilares bases, assim cultivamos novas sementes e novas formas de chegarmos ao outro… Ao realizarmos esta corrente, estamos a torna-La sempre mais viva e mais actual. A Igreja existe e está bem viva, mesmo apesar das nossas faltas. Ela é a expressão concreta de Jesus Cristo, através dela encontraremos sempre a presença do Salvador inserida numa realidade viva e dinâmica. 

A Igreja é sempre actual, e mostra-nos que Cristo está presente hoje e sempre no nosso seio – “Eu estarei convosco, até ao fim dos tempos” (Mt 28,20)” -.

A Igreja é o fundamento do Cristianismo, a fé que a sustenta é a mesma que nos une no seu seio. Não existe uma Igreja e uma crença verdadeira em que haja uma acção solitária e egoísta. A fé torna-nos factor de realidade concreta através da comunicação com os outros crentes, ela é, como já vimos, a sua natureza e a força que nos une.
Esta unidade tem que ser dinâmica e persistente, e só o é se esta acção estiver virada para uma fé eclesial. Ela não é algo que se prenda a uma iniciativa meramente pessoal através da “concepção” de um deus que realmente não existe, porque é fruto do egoísmo. Como já vimos em S. Agostinho, o acreditar atinge-se precisamente neste ponto, ou seja, no encontro com a Igreja, e em tudo o que ela representa, enquanto dom de Deus, assim a Igreja torna-se necessidade fundamental para o homem e para o próprio mundo.

A Igreja mostra a face de Jesus no mundo devendo ser factor de sustentação da própria fé. O ideal que provém da Igreja, bate-se por uma sociedade justa e livre, em que a dor e a discriminação sejam derrubadas através da força do Amor que provém do Espírito Santo. Mas para tal será necessário sempre a nossa disponibilidade total, tal como a Mãe da Igreja, também nós devemos sempre dizer “sim”, sem medo nem dúvida. O facto de se ter fé não evita as amarguras da vida, nem as desgraças no mundo; mas sem a fé, que está contida no dom do amor, os obstáculos tornam-se mais difíceis de serem ultrapassados, não como meros pensamentos irrealistas que nos façam adormecer da realidade, mas como forma concreta de os ultrapassar. A necessidade de sermos cristãos responsáveis é fundamental, temos de ter a capacidade de nunca fugirmos das realidades a que somos confrontados, a nossa acção cristã será sempre elevada e a “Palavra” tornar-se-á realidade. Portanto devemos ter a consciência em tudo o que está inerente ao sacrifício da Palavra, esta deverá ser a condição da nossa acção e valores cristãos. Devemos saber manter compromisso, uma fé sem esforço, uma vida “cristã” em que se pense somente em facilitismos, é uma mentira e uma forma de fuga não só da religião, mas principalmente do próprio Deus.

No entanto a alegria que nos é transportada através da acção de Deus em nós, faz-nos ganhar força, e mesmo que tudo pareça perdido a esperança irá persistir…
O amor não é algo que nos é alheio, nele reside a verdadeira possibilidade de mudança de vida, porque só amando é que se atinge a glória de Deus.
O Cristianismo mostra-nos que através da cruz, que Cristo aceitou pegar, fomos realmente salvos. Através desta atitude de amor, em que Cristo acolheu todos os nossos sofrimentos através dos Seus, revela neste acto supremo, descrita por S. Paulo como “escândalo para os judeus” e “loucura para os gentios” (cf. 1 Cor. 1, 23), a liberdade única e insubstituível.

A crise de fé que hoje atinge grande parte da sociedade, surge não só de um desconhecimento completo de Deus e da Escritura, como de uma certa “moda” na invenção de conceitos que em nada se ligam com o Cristianismo/Catolicismo. Mesmo muitos que se intitulam católicos sustentam no seu intimo uma inquietação profunda que advém da inconsciência da fé e que em muitos casos provém de uma recusa (quase inconsciente) que em Cristo está a orientação para a vida, dando-lhe sentido; a isto conjuga-se o pouco significado dado ao sentido basilar do Cristianismo, levando, por fim, com que exista uma incompreensão da profundidade da Eucaristia.

A Igreja não é um lugar fechado com umas imagens para serem vistas, este pensamento leva a que as nossas Igrejas (enquanto edifícios) se tornem lugares apenas de visita, mas mortas de espírito, porque deixam de ser lugares privilegiados para o culto.
A sua vitalidade é feita através da sua abertura, uma “Igreja de portas abertas” a todos, sem excepções. Lugar que acima de tudo acontece comunhão (“communio”), porque embora se associe a Igreja ao edifício, Ela é na realidade a comunidade que a compõe. A comunicação da Igreja liga-se à verdade e a sua expressão é feita na comunidade. Esta comunidade tem um lugar onde a comunhão se realiza plenamente: a Eucaristia. Uma Igreja sem Eucaristia não é Igreja e esta não é paredes mas sim pessoas…

“A Eucaristia é Deus como resposta” na sua presença efectiva. A comunhão na Eucaristia é entre nós e Deus, porque ao respondermos a Deus e ao estarmos em adoração, Ele também se dá a nós em alimento, tornando-se deste modo pão para a dinâmica da fé e da comunhão. Há na Eucaristia uma relação concreta entre o divino e o humano, daí que a oração na Eucaristia alcança sempre a novidade da Sua presença. Agora homem e Deus ultrapassaram a Aliança que provém do Antigo Testamento e fazem comunhão em que através do Espírito Santo, que provém do amor eterno de Deus. Na Eucaristia nunca somos sós, ela é o privilégio da comunhão divina, da inexistência da solidão, porque a presença de Deus acolhe-nos sempre na sua infinita compaixão e na sua eterna presença. Na Eucaristia não estamos perante um Deus que apenas faz parte do pensamento, agora Deus está verdadeiramente entre nós e dá-se totalmente a todos através da comunhão, libertando-nos das “amarras” da vida, abrindo-nos novos horizontes, conduzindo-nos sempre para a ressurreição. A Eucaristia é a presença de Deus, e a nossa oração deverá ter sempre o Senhor. É na Eucaristia que Cristo nos mostra a sua ressurreição, nela a presença de Cristo Vivo acontece em toda a sua plenitude.

Hoje em que tudo é relativizado e individualizado, a Eucaristia vem opor-se a tal atitude. Na Eucaristia não existe lugar para individualismos, ela é acção comunitária por excelência. Claro que no aspecto da oração concreta existe um conceito ligado ao indivíduo, esta necessidade pessoal, ao nível do “encontro” com o que nos é externo e divino é fundamento para uma vida cristã, no entanto na Eucaristia, buscamos uma comunhão não somente com Deus, mas também ao estarmos na Sua comunhão estamos também com todos.

Podemos mesmo considerar que a Eucaristia é elemento fundamental para a construção, solidificação e desenvolvimento da Igreja, mas por outro lado é a própria Igreja que a faz existir como ponto vital da sua existência, portanto, Igreja e Eucaristia fazem parte uma da outra, uma não existe sem a outra, daí que o Catolicismo sem esta noção fica desprovido da sua essência. Um católico que não faça esta análise interior, não é um “católico não praticante” porque essa noção na sua génese é desprovida de sentido. No entanto a Eucaristia nunca poderá ser vista como uma obrigação, mas como um verdadeiro convite em estarmos em assembleia de Deus, a nossa predisposição para uma Eucaristia terá de ser vista num enquadramento espiritual, e nunca como um factor meramente humano como tradição ou obrigação. Através da Eucaristia combatemos, com a comunhão, a ideia do individualismo, que nos conduz à perda dentro dos meandros do egoísmo, sendo que buscamos incessantemente por uma satisfação momentânea e passageira. Ela une-nos ao Senhor e a nós mesmos, fazendo-nos a todos membros do Corpo de Cristo, ligados pela fé, através dos sacramentos e no acto eclesiástico da comunhão. E neste “banquete de misericórdia” acontece como no coração das mães – há sempre lugar para mais um, embora todos sejamos diferentes, o amor de mãe não tem limites -. Este elemento é pois um elemento universal por excelência, tudo e todos fazem parte integrante desta misericórdia divina de Deus.
A Igreja tendo este “coração de mãe”, é infinita para o amor dos seus filhos, nunca se esgotando em nenhum deles, renovando-se mesmo em todos; e que maior alegria não tem uma mãe ao ver todos os seus filhos unidos. Este é também o amor da Igreja que nos foi deixada de geração em geração a partir dos Apóstolos que a fundaram. Da mesma forma que a Igreja nos foi concedida, também terá de assentar nas gerações que vêm, através da sua unidade permanente, sendo portanto Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Esta vida eclesial fica assim bem presente, sendo que a sua oração terá por base a comunhão com o Senhor através do “pão”.

Juntamente a esta visão fundamental de comunidade aparece a palavra “Koinonia”, traduzida por “Communicatio”. Neste conceito reside o cerne da análise, já que assenta o significado de “Eucaristia”, como também o de “Comunhão” e “Comunidade”. Estas duas realidade – Eucaristia e Comunidade – estão assim ligadas no sentido original do conceito que estrutura o próprio sacramento – Comunhão -.
“Koinoina” tem uma série de ramificações, no entanto está sempre ligado ao sentido de “comunhão”. Estas noções dão na realidade um dinamismo singular ao sentido eucarístico e à comunidade eclesial, tendo sempre na figura de Jesus Cristo a sua orientação permanente. O sentido espiritual da comunidade cristã, provém desta comunhão entre os homens e Jesus Cristo através do Espírito Santo. Mas “Koinoina” remete também para a noção de comunicação, na busca da comunidade e esta também se prende para quem está fora. Daí, e como iremos analisar mais concretamente no próximo capítulo, saber comunicar, inseridos no tempo, é também missão originária da Igreja, isto não significa ir atrás de tendências meramente estéticas, ou de modas de pensamento; porque ao representar Cristo, a Igreja tem de estar sempre na busca da verdade e da razão feita carne, um “logos” que não seja imóvel, mas que tenha acção concreta. Portanto a comunidade eclesial é vista sempre a partir da forma como age perante a realidade que lhe é confrontada nas questões e problemas actuais. A sua abertura não é uma forma irresponsável, estar aberta não é dizer “sim” a tudo, abertura é escutar e analisar pontos de vista novos (muitos deles que ainda não se tinha confrontado). Fugir das realidades, ou esconder-se em conceitos desprovidos de actualidade, contraria de uma maneira concreta a própria acção de Jesus Cristo, uma Igreja fechada contraria portanto a própria verdade que lhe está na base, personificada na imagem de Deus encarnado. Com isto não estamos a dizer que a longa história da Igreja, com tudo o que ela trouxe de positivo e negativo, deveria ser pura simplesmente apagada sob a argumentação de “modernidade”, o que aqui afirmo é que é a partir dessa história, com tudo o que nos trouxe, Ela terá de ter a capacidade de se renovar. Tal como Cristo trouxe novos pontos de ver a Palavra de Deus, não renegando os profetas anteriores, mas sim aclarar os aspectos essenciais da mensagem, também a Igreja terá de ter a capacidade de fazer o mesmo, no entanto para isto é necessário algo que Cristo mostrou como ninguém: coragem. A comunicação da Igreja e as tomadas terão sempre de ir ao encontro da elevação do ser humano, tocando na consciência mas também no “coração” de todos, e principalmente daquele que ainda não encontrou a essência glorificadora que está presente na mensagem do Senhor. Esta atitude da Igreja deverá estar assente num espírito de abertura e atenção ao mundo, sabendo acolher a todos, numa verdadeira linha missionária (um dos grande objectivos do Concílio Vaticano II). As criticas negativas que possam fazer à Igreja, nunca poderão ser factor de renúncia à verdade, “lutar” por ela é “lutar” acima de tudo pelo bem da comunidade (bem comum).…

O aspecto originário da Igreja, sustentada pelas suas “colunas – Tiago, Pedro e João – teve também em S. Paulo um dos pilares senão mesmo o fundamental para a sua universalização. Estas “três colunas” aparecem juntas em dois pontos essenciais na vida terrestre de Jesus: na transfiguração e na angústia (antes da morte) no Getsemani (Mc 9, 2 e Mc 5, 37), podemos pois concluir que já havia uma predisposição por parte do Senhor na escolha destes três elementos. É interessante também salientar que também a comunidade de Qumram conhecia perfeitamente esta distinção entre o “grupo dos três” e o “grupo dos doze”. Foram os três (que sem duvida foram escolhidos) que seriam os pilares da futura Igreja, e que tiveram a responsabilidade de fundar e guiar a Igreja nascente. Quando deram as mãos a Paulo, em puro sinal de comunhão (Koinoina-Communio), isto significou a iniciação da estrutura eclesial da Igreja.
Esta acção, mesmo para S. Paulo, que recebeu do próprio Senhor o chamamento, era fundamental e indispensável para a unidade de toda a Igreja, sendo necessária uma estrutura apostólica profundamente formada em comunhão para a legitimação de toda a doutrina a ser seguida.
O “communio” assume aqui um aspecto mais elevado, já que abrange o sacramento e o espírito, juntando instituição e pessoa. Este “aperto de mãos” (“communio”), no Concílio dos Apóstolos (Act 15,1-35), abre assim uma Igreja aos gentios, uma Igreja que não divide, mas antes assume o verdadeiro sentido de “communio”, uma Igreja para todos em que judeus e gentios são acolhidos, uns pelos outros, no acolhimento divino de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No entanto este caminho não foi fácil, questões como o das prescrições alimentares e de se sentarem à mesma mesa judeus e gentios, levaram mesmo a rupturas.
Desta forma, a partir desta inflexibilidade demonstrada, esta compreensão do verdadeiro “communio” foi novamente posta em causa em Jerusalém. A Igreja nesta altura tinha diante de si dois caminhos: ou tornava-se uma nova seita judaica (como muitas), ou então separava-se de vez da raiz do Antigo Testamento, aparecendo como uma religião legitimada pelo Messias prometido. No entanto é importante salientar o seguinte, como não pode existir Filho sem Pai, também não pode existir Jesus sem Bíblia (o Antigo Testamento). O “aperto de mãos” não é um rumpimento radical com o Antigo Testamento, mas sim o seu verdadeiro cumprimento final, na sua figura aguardada, na imagem do Messias esperado pelos Profetas. Agora a Palavra assume um novo sentido, conferindo-lhe mesmo um sentido originário, em que o amor e a reconciliação são aspectos bem presentes. A Igreja só teria significado fundamental, alterando aspectos que à primeira vista seriam inegociáveis.
S. Paulo ao buscar as “colunas”, buscou assim o “communio”, para desta forma mostrar e comprovar que a Igreja só tem sentido a partir de uma unidade formal revista na Pascoa do Senhor, e na unidade fundamental da “doutrina dos Apóstolos” – Igreja Apostólica. A Igreja para atender ao anseios dos seus fundadores, tem sempre que ter a capacidade de juntar a vertente institucional à vertente Espiritual, sendo que nesta união foram muitas vezes são cometidos os maiores erros e falhas na história da Igreja, no entanto embora numa sociedade em que se tenta excluir a imagem do Cristianismo, sinto que Igreja começa cada vez mais a surgir com uma nova vitalidade.

Sendo a comunhão em Cristo também comunhão entre todos os homens, inclui-se desta forma uma aceitação do outro a partir de nós mesmos, existindo uma imagem mútua de dar e receber, não no sentido da “troca pela troca”, mas no sentido da partilha. No mistério da Paixão está também a realização plena da “comunhão” definitiva entre Deus e o homem, entre o divino e o terrestre. Esta comunhão, que teve o seu sentido mais extremo na Sua expressão em dar a vida, mostra que esta entrega total – física e espiritual – tem no Cristianismo um patamar de grande elevação. Deus realmente não veio para ser servido mas para servir, mostrando o seu amor e compaixão até à morte por todos, dando-nos a salvação e a liberdade. A “caritas” não uma atitude meramente moral, ela é um dever concreto dos cristãos, já que provém do próprio acto de Jesus Cristo. A “caritas” provém da vontade de Deus, à qual todos devemos estar atentos e disponíveis, só assim a “communio” passa de um pensamento (quase metafísico) para uma acção concreta. A vida em santidade é portanto assente na nossa disponibilidade plena de alegria para esta comunhão constante de uns para com os outros, em profundo amor, porque ao realizarmos esta comunhão, estaremos na mais profunda comunhão com Aquele que nos mostra o caminho para o Pai:

“Ninguém vem ao Pai senão por mim” (cf. Jo 14,6).

A comunhão aguardada, provém da Palavra encarnada, que dando a vida por nós, nos faz participantes da sua vida e indica-nos a forma de também nós a fazermos viver de internamente fazendo-a palavra viva. A acção de Deus nunca será controlada por nós, no entanto a sua presença torna-se mais concreta e visível através da nossa atitude, Deus na Sua eternidade não age segundo preceitos pré concebidos, a sua acção aparece da forma mais inesperada, poderemos verificar isto na forma como Ele quis vir à terra, Ele não veio revestido de ouro, mas na mais pura simplicidade, a imprevisibilidade da acção de Deus é algo de fascinante, levando-nos a uma atenção todos os dias.
Embora muitos possam pensar de outra forma, mas para melhor compreendermos a Bíblia devemos sempre interrogar a história guardada nos seus vocábulos (também isto acontece com a palavra “Koinoina”). Aquilo que está inscrito nos 73 livros que compõem a Bíblia (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento) tem de ser analisado e contextualizado, evitando desta forma deturpações do próprio sentido da Palavra. O Novo Testamento é centrado na figura de Jesus Cristo, e na concretização de todo o Antigo Testamento no Messias agora revelado. Daí que uma leitura simplista da Bíblia poderá levar a erros profundos, erros que justificaram muitas atitudes extremas, mesmo por parte da Igreja.
Garry Wills acerca deste aspecto comenta: “Para criar radicais nada melhor do que uma leitura dos Evangelhos”, claro que esta frase está ligada a uma leitura simplista e desenquadrada, uma leitura sem pensamento e sem análise poderá levar, infelizmente, a esta conclusão. Deixo estas frases de Jesus Cristo, que mesmo para os não crentes aparece sempre como uma figura incontornável no que diz respeito à batalha pela dignificação humana, a partir da justiça, da paz e do amor:

“Não julgueis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas a espada…” (Mt 10, 34)

“… Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam…” (Mt 5,43-47)


Mesmo actualmente muitas das palavras de Jesus são interpretadas de uma forma simplista e errada, levando precisamente àquilo que Cristo mais combateu: exclusão, intolerância, falsa moralidade, no fundo a hipocrisia da mentira, que infelizmente vemos muito nos nossos dias.

Sobre ainda este aspecto da “Koinoina” vemos este termo ligado a uma relação entre João, Tiago e Pedro, esta relação que para nós é traduzida como companheiros, tem em “Koinoina” tem um significado mais abrangente. Na realidade, quando Jesus os encontra e lhes faz o definitivo “convite” para o acompanhar, os três tinham uma pequena sociedade. Aqui fica notório um sentido mais profundo da palavra, que no entanto é essencial para o seu renovado sentido religioso; a “Koinoina” remete para uma propriedade comum, para algo do tipo cooperativa. Com Pedro que mais tarde se torna “Pescadores de Homens”, fica também visível que agora estamos perante uma “nova cooperativa”, a nova “communio”. Também nós somos companheiros de S. Pedro na sua “nova cooperativa”, na “communio” do Senhor, que nos dá tudo aquilo que sozinhos jamais seriamos capazes de obter. Ao estarmos juntos com os discípulos, estamos em “communio” com Cristo. Esta é a nossa presença na Igreja Católica (universal), uma presença em comunhão com Jesus Cristo.

Na visão grega o essencial do conhecimento residia na adequação da mente ao objecto. No entanto e na realidade o conhecimento pleno aumenta consoante esta comunhão em relação a Deus. Deus que nos conhece, e que busca que nos tornemos à imagem e semelhança de Seu Filho, dei-nos na Palavra as linhas para O alcançarmos. A busca do conhecimento está ligada à liberdade que nos foi concedida por Deus, esta liberdade torna-nos capazes de usar todas as nossas capacidades na busca do conhecimento, mas o conhecimento e o progresso científico valida-se com uma verdadeira melhoria comum (bem comum) e é nessa atitude que cumprimos aquilo que nos foi pedido por Jesus Cristo.
Na acção da pureza profunda da comunhão de todos os homens entre si e entre Deus, é-nos aberta a porta para esta compreensão. Na Eucaristia a repetição assume-se sempre como novidade, porque a forma de vivermos o Cristianismo é a de percurrer o caminho de entendimento do Senhor, que nos fala ao “coração”. Assim o todo vai-se tornando claro, como também a própria Eucaristia, acto supremo de comunhão e adoração a Deus, vai-se tornando presença de vida. Nela encontramos a comunhão dos vivos e dos mortos com o divino. Deus na sua eternidade ultrapassa a capacidade do pensamento puramente científico, Ele que nos elegeu, e que através do seu amor eterno se fez carne para que podessemos ver o Seu “rosto”, fez com que a Velha Aliança fosse substituída pela Nova Comunhão. Ele quer que cada um de nós se realize a partir da vida de Cristo. Ser cristão, ser ungido, ultrapassa o próprio sacramento, o cristão deverá ter na sua vida um olhar permanente em Jesus Cristo. Todos somos morada do Senhor, que nos foi dado como o dom mais sublime e misterioso de Deus, através do ventre da Virgem Maria – Mãe da Igreja. Esta é a Pascoa do Senhor, que é muito mais do que uma “refeição”; é amor até á morte. É, portanto, Doação eterna e participação efectiva na própria vida.
 

É interessante salientar que para os judeus a relação existente entre Deus e o homem não aparece como no Cristianismo, ela não se dá como comunhão (“communio”), já que para os judeus a transcendência de Deus é tal que é mesmo inacessível a existência de uma comunhão. Daí que no Antigo Testamento esta relação não nos é apresentada como “comunhão”, mas sim como “Aliança” (“Berith”). Esta relação leva a que se note de uma forma bem notória a posição sublime de Deus, no fundo, será sempre Ele que imperativamente faz a criação da relação com a criatura. Esta noção leva a que alguns exegetas cheguem mesmo a considerar que no Antigo Testamento, a tradução de “Berith” por “Aliança” estaria mesmo errada, já que na “Aliança” implicaria sempre uma relação com uma certa proximidade entre Deus e o homem, o que na visão destes isso não acontece.
Podemos pois concluir que a “Communio” só existe verdadeiramente no Novo Testamento, e ela acontece a partir da relação concreta com Cristo, que ao fazer-se carne originou o início de uma relação de proximidade tão nítida que estamos na realidade perante uma comunhão entre Deus e os homens. Esta relação misteriosa está num nível nunca antes atingido, Jesus torna-se um de nós, entre nós, e mais importante do que isso, para nós. Esta relação entre o divino e o homem, é em Jesus um aspecto definitivo, agora já não numa ligação de aliança, mas na mais pura comunhão. Só com Ele e a partir Dele é que poderemos obter não só uma proposta nova para a vida, mas também a morte não aparece como um irremediável fim, mas a abertura da vida eterna.

Nós cristãos, somos aqueles que deveremos dar o exemplo ao estarmos sempre atentos para esta relação de comunhão, não só entre nós e Deus, mas também entre todos os homens. Foi por esta razão que Deus em Cristo se mostrou de uma forma real e concreta. No seu amor eterno, sacrificou-Se até à morte, e com esta entrega voluntária redimiu-nos a todos pelo Seu sangue, abrindo-nos um caminho de redenção e de libertação total, com ele “traçaram-se as coordenadas” para a glória eterna.
Deus ao revelar-se no seu Filho, abriu-nos também “as portas” para a verdadeira e definitiva Igreja, aquela em que a direcção será sempre na direcção ao Senhor (“oriens”), uma Igreja de comunhão em que todos somos chamados a fazer parte Dela. Esta é a incontornável e singular beleza do Cristianismo no seu sentido mais puro, aqui reside a própria essência Católica actual. A sustentação da Igreja está sempre na fé e no amor dos seus crentes. É na busca da Pascoa do Senhor que encontramos a razão e o sentido verdadeiro da salvação. Esta revelação diária de Jesus Cristo nas nossas vidas, terá de ser sempre acolhida por nós, a Sua revelação já se manifestou, e com ela chegou uma comunhão eterna, o novo dia já chegou, agora compete a nós fazermos a escolha, e em cada escolha acontece também a recolha dos “frutos”, ou seja, as consequências estarão sempre na tomada de posições. No entanto, e tal como acontece ao ladrão que estava com Cristo na cruz (cf. Lc. 23, 43), Ele aguarda-nos sempre mesmo até ao último instante. Daí que a noção de que a crença em Deus, é um acto em que a nossa liberdade ficaria ameaçada, é errada e completamente contrária à mensagem de Jesus, se alguém nos concedeu uma liberdade dignificando a figura do ser humano como ninguém, foi Jesus Cristo. Foi neste sentido que Ele se revelou como ser humano, mostrando-se a todos, agora “cegos” são aqueles que não querem ver esta evidência.