Um dos
temas que se prende de uma forma fundamental com o conceito cristológico tem a
ver com o Espírito Santo. O Espírito Santo torna-se real a partir da forma
concreta do ser humano tendo como referência principal a fé. Já que a própria
fé faz uma ligação ao Espírito Santo.
Efectivamente
o Espírito Santo, que para muitos está ligado a um sentido puramente oculto, é
muito mais real e concreto do que parece à primeira vista. A fé consistente,
fora de qualquer conceito de “cegueira”, leva a um encontro concreto com o
Espírito Santo, deste modo Ele fará parte do nosso corpo enquanto seres
humanos. Ele não é algo que nos está ausente, que nos é exterior e inatingível,
Ele acontece na nossa atitude de fé perante a vida e perante a nossa condição
humana. O ser humano ao ser “tocado” e reagindo de uma forma positiva e
afirmativa (dizendo sim…) encontra-se com o Espírito Santo. Desta forma
torna-se necessário reconhecê-lo, para tal temos de O ver Naquele que nos foi
concedido: Jesus Cristo.
Evidentemente
que este conceito não é fácil de aceitar, esta visão da amplitude do Espírito
Santo, pode levar a que Ele seja visto como uma especulação da vida humana, uma
fantasia desligada da realidade. Claro que esta análise do Espírito Santo
presente e actuante nas nossas vidas é algo de difícil explicação, no entanto,
é aqui que reside muito daquilo que sustenta a nossa crença e o nosso profundo
amor a Cristo. É importante falar de uma forma aberta e sincera do Espírito
Santo, ou seja, abordá-lo e analisá-lo não somente numa base meramente teórica.
Esta análise deverá ter como base a realidade experimentada e interpretada no
pensamento. Ela terá que ser bem reflectida e comprovada para que não exista
uma confusão entre “espírito próprio” e “Espírito Santo”.
Este é
um aspecto importante, temos de ter uma noção de que quando falamos por nossa
própria conta, muitas vezes leva a que se entre em contradição com o Espírito
Santo. O Espírito Santo, como refere S. João não toma o que é seu.
Este
Espírito age na nossa pessoa com uma influência directa do Salvador. Daí que é
importante olhar para a Igreja enquanto essência, fundada pelos apóstolos
guiados pelo Senhor através da acção do Espírito Santo. Muitas vezes fazer uma
análise puramente pessoal (sem ter esta noção bem presente), poderá levar a
desvirtuamentos da essência do próprio culto. No entanto também é importante
salientar que a Igreja, enquanto instituição, tem muitas vezes se esquecido
esta importantíssima noção. A Igreja só estará no caminho correcto se tiver sempre
na sua génese de acção e de pensamento a acção do Espírito Santo.
Infelizmente
verificamos que há um alheamento deste Espírito redentor, daí que é dever dos
católicos (sejam leigos ou religiosos) enquanto membros da Igreja, estarem
atentos para que não se deixem apoderar pela tentação, o que infelizmente
aconteceu várias vezes na sua história…
Nesta
análise do Espírito Santo, é importante atentarmos na doutrina de S. Agostinho.
A importância de S. Agostinho enquanto grande pensador do Cristianismo foi
determinante principalmente para a Igreja Ocidental.
Esta
análise do Espírito Santo a partir do pensamento de S. Agostinho tem logo de
início um problema, a sua actualidade. No entanto S. Agostinho foi talvez das
figuras da Igreja que mais se debruçou acerca desta questão fundamental do
Cristianismo. Ele, ao contrário do que se poderá pensar, bateu-se por uma
objectividade chegando mesmo a afirmar que aqui a originalidade é precisamente
o que é discutível. A objectividade da questão insere-se na fé comum da Igreja,
este é o ponto em que assenta toda a confiança.
Como diz o evangelista João “Deus é
Espírito” (Jo. 2, 24), logo aquilo que define Deus é necessariamente ser Espírito
e ser Santo, aqui reside verdadeiramente a essência de Deus, e expressão
verdadeira do Espírito Santo.
Vejamos
então: se o Espírito Santo designa o que Deus tem de mais divino, e se existe
uma correlação existencial entre Pai e Filho, o Espírito Santo é na realidade a
essência primordial da verdadeira união entre Pai e Filho – “ser communio do Pai e do Filho”. Na
realidade o Espírito Santo é comum ao Pai e ao Filho, a sua expressão reside
precisamente nesta correlação entre os dois, deste modo, a grande
especificidade do Espírito Santo é de ser a unidade de Deus que é Pai, e que é
o Filho que por sua vez é a expressão de Deus entre os homens. Ambos têm o
mesmo Espírito, estão unidos por Ele e com Ele. É assente nesta noção que
afirmamos que “Jesus Cristo é Deus na Terra, é Deus encarnado, feito homem como
nós”.
É com o
entendimento desta noção que deciframos claramente as palavras de S. Paulo ao
referir-se ao nosso corpo como templo do Espírito Santo (1 Cor. 6, 19) que
actua em nós tanto individualmente como em comunidade, em Igreja.
O
Espírito Santo actua em cada um para nos levar à unidade (communio). E ao levar transforma-nos em novos homens – “todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas…” (cf.
Act. 2, 1-4)
A
própria mediação de Pai e Filho para a unidade plena terá de ser entendida
neste “communio”, de uma forma
concreta, ou seja a partir das pessoas. A acção de Deus é feita primeiramente
através de uma mediação pessoal, o Espírito Santo, que nos foi dado por Cristo,
está presente entre os homens de uma forma real e concreta através da unidade
verdadeira a Deus. A unidade se não tiver um
carácter pessoal acabaria por eliminar o diálogo enquanto diálogo, a acção do
Espírito Santo sobre nós não nos tira a liberdade, antes pelo contrário
liberta-nos do efémero, e do inútil, já que nos leva a Deus. Na união nunca
perderemos o nosso ser individual - a nossa singularidade -, a união assenta na
comunhão entre nós e Deus, entre nós e a Verdade. Não é uma unidade a um
pensamento ou ideologia, mas sim uma unidade em volta de Deus, e esta união é
realizada a partir do Espírito Santo. O
Espírito Santo é portanto a verdadeira unidade, personificada e identificada
enquanto pessoa. Toda a doutrina da Igreja deverá apontar sempre para o Salvador,
daí que a acção do Espírito Santo enquanto terceira entidade da Trindade é o
intermediário para a unidade cristã, originada a partir do Amor eterno de Deus.
“O Espírito Santo é a unidade de Deus a Si
mesmo, na qual e através do qual Pai e Filho se dão a Si mesmos um ao outro,
tornando-se um no outro em Espírito e ao mesmo tempo Pessoa”.
Cristo
na realidade é a própria personificação de Deus, personificando deste modo o
próprio Espírito Santo, no entanto este Espírito não se fechou e esgotou Nele mesmo.
Ele foi-nos dado, daí que a sua própria personificação pode também ser feita
através de nós mesmos. Esta adesão é que torna Deus vivo em nós e no meio de
nós; o Cristianismo não é apenas uma adesão espiritual, é também uma adesão
corporal. Do mesmo modo que Cristo nos foi dado a nós mesmos, também nos foi dado
o Espírito Santo, já que tudo converge para o “communio”, para a verdadeira unidade, concreta, real, feita pessoa.
A
partir deste acontecimento, foi-nos dado, através Dele próprio, a capacidade de
transformar algo de transcendente em algo de concreto, em algo que acontece,
que se toca. Tal como Deus nos deu a tocar a Si mesmo através de Seu Filho,
também nós poderemos sentir o toque do Espírito Santo, ou seja, o dom de Deus
atinge-nos, mesmo que estejamos perdidos e desesperados Ele toca-nos; Ele está
sempre bem perto, porque está dentro de nós…
Por
conseguinte, e na visão de S. Agostinho, o “espiritual” tem de ter uma
capacidade de unir e de comunicar. S. Agostinho conseguiu uma importante revisão
do conceito de espírito enquanto tal. A partir da frase “Deus é Espírito” (Jo.
4, 24) não faz uma divisão entre espírito e matéria, mas sim entre Deus e o
mundano: o contrário de espírito não se chamaria matéria, mas antes “este
mundo”.
Para
ele a dinâmica do espírito está ligada à acção Pai-Filho. A partir desta visão
de “communio”, se pode começar a
saber o que é Deus e Espírito Santo.
Para S.
Agostinho “Espírito Santo” está ligado a “amor” (caritas) e “dom” (domus). Para
ele o amor liga-se à própria Santíssima Trindade força vinculante à união. O
Espírito Santo é o Amor que une a essência de Deus personificada no Filho, e
que nos foi dado como “cordeiro de Deus
que tira todo o pecado do mundo”, através do amor infinito que nos tem.
“O Espírito Santo, do qual Ele nos deu,
faz-nos permanecer em Deus e Deus em nós, mas é no amor que isso opera. Ele
próprio, o Espírito, é, portanto, Deus como Amor”.
“O grande dom de Deus é o Espírito Santo, e
este tem a sua grande expressão no amor, assim comunica-se no Espírito Santo
como amor.”
Claro
que o amor supera tudo, no entanto estar aberto ao conhecimento em nada
enfraquece o amor, antes pelo contrário, ele é fortificado e solidificado cada
vez mais. O essencial do amor assenta no Espírito Santo, na sua capacidade de
permanecer eterno.
O
cristão deve ter esta noção bem presente, a sua fé é “alimentada” pelo dom que
Deus nos deu através do Espírito Santo. Este assenta na sua maior expressão de
amor, Jesus Cristo. A nossa aplicação do dom terá de ser feita através da nossa
vida e na relação que temos com todos os que nos rodeiam, já que todos “beberam
da mesma água”.
Infelizmente
para muitos amar o próximo como a nós mesmos “é uma loucura”, mas esta é a
“bela loucura” da mensagem de Cristo, e sendo Ele Deus, sendo Ele a Verdade, a
“loucura” passa a ser salvação e vida eterna. A assumir as nossas culpas na
Paixão, Cristo levou ao extremo o seu amor por todos nós. Mas através do seu
sofrimento venceu a morte e fez com que a sua agonia na cruz fosse símbolo da
verdadeira vitória e esperança. A nossa realização e felicidade estão Nele.
Termos uma vida realizada não está no estatuto social, nem na posse de grandes
quantias de bens materiais; a realização completa está na capacidade de
proporcionarmos ao próximo o bem-estar e dignidade material e espiritual que
merece enquanto ser humano e filho de Deus, enfim, enquanto nosso irmão. É
essencial olharmos para o próximo como para nós mesmos, porque Deus está
presente no próximo. O próximo somos no fundo nós mesmos, e quem agrada ao
próximo, agrada ao Senhor, e ser-lhe-á dada a recompensa, esta é uma Verdade
Absoluta.
A fé só
por si não é garantia de salvação, a certeza contida na fé, só tem um sentido
de salvação se tiver uma manifestação interna e externa perante Deus, e esta
faz-se na nossa acção perante o mundo. A acção do Espírito Santo dentro de nós
é peça fundamental para atingirmos a glória junto de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Afinal
quem já não se sentiu bem consigo mesmo ao ajudar o próximo?
Tenho a
certeza que todos nós sabemos o caminho, no entanto este pode levar a certas
abdicações que não somos capazes de abandonar… No entanto esta é a grande
mentira que nos acompanha, senão vejamos: afinal o que é que abdicamos se
realmente ganhamos o amor dos outros? Afinal não somos todos iguais aos olhos
do Senhor? Não somos também nós os próximos?
Por
isso não existe abdicação mas sim ganho. Este encontro com o próximo, é o
encontro com a Verdade, com Vida, e com o Caminho, já que este é o encontro com
Deus. Existe maior felicidade do que estarmos na glória do Senhor?
Poderão
considerar-me que sou um utópico, então que seja…
Amar
Jesus é amar a verdade acima de todas as coisas, ama-Lo é, portanto, amar tudo
o que nos rodeia (mesmo aqueles que se apresentem como nossos inimigos), ama-Lo
é amar o todo, ama-Lo é amar o Universo, ama-Lo é amar a Deus, porque Ele é
Deus. Tirar esta noção da nossa vida é a torna-la efémera, a vida deixa de ter
um sentido pleno, torna-se um acumular de sensações passageiras, sem
significado profundo. Sem amar a Deus, é impossível amar o próximo.
É pois
perante esta realidade que podemos criar uma verdadeira comunidade. O
equilíbrio e a busca pela perfeição comunitária só se atinge através do amor de
uns pelos outros. Desta forma assumimos plenamente a responsabilidade perante
todos, numa acção de elevação espiritual através da acção de Deus em cada um.
O amor
verdadeiro terá pois de existir de uma forma permanente e constante, “a obra
principal do Espírito Santo” está exactamente no amor unificador em sentido
eterno.
Hoje
fala-se muito que o “amor não é eterno”, no entanto, para nós cristãos o amor a
Deus tem de ser permanente, mesmo nos momentos mais difíceis o amor terá sempre
de estar presente. Deus na sua eternidade ama-nos de uma forma tão profunda,
que concedeu-nos o Seu Filho, daí que, embora o mistério de Deus seja na sua
plenitude inalcançável para a nossa consciência, podemos no entanto ter a
certeza num aspecto: só no amor O encontraremos na sua glória eterna, e
atingiremos a vitória sobre todas as coisas, até mesmo em relação à morte. Como
referiu S. Anselmo: “Deus situa-se além das capacidades humanas, Deus está além
do pensamento – do pensável”. Daí que na confiança da razão (em que a fé se
apoia) teremos de colocar a nossa vida, sempre dispostos a aceitar os desígnios
que Deus nos concede. Segundo esta atitude perante o Senhor S. Anselmo
declarou: “Prefiro estar em desacordo com os homens que, de acordo com eles,
estar em desacordo com Deus”. Este permanecer em Deus é estar com a verdade, com
a razão tendo sempre o amor (caridade) como linha central que sustenta a nossa
existência.
Amar
verdadeiramente é o sentimento mais belo que nos foi dado, dai que não percam a
coragem de se amarem uns aos outros, só assim seremos justos para com o próximo,
a caridade na vida é sabermos estarmos numa ligação entre o mundo e o divino, o
dom que Deus nos deu é como referia S. Agostinho “Ele próprio”. A vitória não
está nas armas, nem no poderio económico, ela está na nossa capacidade de amar,
e de amar constantemente, porque através deste amor verdadeiro sem hipocrisias
nem sentimentalismos estaremos com Deus, fazendo da nossa vida um banquete, uma
vida “em abundância” (cf. Jo. 10, 10)
Pneumatologia
e espiritualidade estão assim conjugados a partir desta visão e análise de S.
Agostinho. Estas realidades são não só estruturantes para o homem como também
para a própria Igreja. Ela inspirada pelo “sopro” divino de Deus deverá
espelhar nele a sua acção em todas as suas vertentes.
É
importante referir que a latinidade católica tem fundamentos essências ligados
a S. Agostinho. Os nossos irmãos ortodoxos olham para esta acção de uma forma
um pouco distinta. Eles evitam denominar o termo “pneuma”, segundo a sua
doutrina “pneuma” é o próprio Espírito Santo. Desta forma é o “nous” que se
liga com a presença activa do Espírito em nós. Podemos concluir, de uma forma
simplificada, que na ortodoxia o “nous” é a acção do Espírito de Deus no nosso
interior, sendo que este interage com o corpo e com a alma.
Este amor constante está também ligado ao
conceito de união.
“O pneuma não está onde se fala em nome
próprio, onde se busca a glória própria e solitária, é que desta forma, como é
óbvio, cria-se facções. O verdadeiro Espírito manifesta-se precisamente no
recordar e no unir.”
Para S.
Agostinho a palavra “amor”, que vem na Sagrada Escritura, tem um significado
bem específico: Espírito Santo. Desta forma por um lado, o “amor é Deus”, por
outro lado, “vem de Deus”, e juntando o alcance de Deus: “Deus” é “vindo de
Deus” isto significa que aquilo que conhecemos por “Deus de Deus”, quer
dizer Deus é a Verdade e a Vida: Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus
Verdadeiro.
“Deus
de Deus” é a força que leva ao nascimento do novo homem a partir da acção do
Espírito, que está inserida na caridade.
Este
dom do Espírito Santo é visto por S. Agostinho nitidamente na conversa de Jesus
com a Samaritana (cf. Jo. 4, 7-14), em que Ele através da água se revela com
dador da “Água Viva”. Para S. Agostinho Cristo é a fonte de “Água Viva”, existe
portanto uma verdadeira relação entre Cristologia e Pneumatologia. Assim cada
Cristão, através d´Ele, também se pode tornar fonte de Espírito.
S.
Agostinho acerca da relação entre Deus e Cristo conclui:
“Ele
não vem de Deus como nascido, mas sim como doado” (non quomodo natur, sed
quomod datus). “Não se chama Filho, porque nem nasceu como unigénito, nem foi
“feito”… como nós” (neque natus… neque factus). Deste modo a procedência de
Deus aparece da seguinte forma: nascido, doado, feito (natus, datus, factus).
Se a
essência do Filho é visto como “gerar”, a essência do Espírito Santo está no
“doar”. Deus é-nos concedido como um dom, é a partir deste dom que encontramos
a salvação. No entanto também nós somos chamados a sermos levados nos seus
braços para a salvação. O dom de Deus é portanto (e como referi atrás) o
próprio Deus, daí Ele ser o verdadeiro conteúdo da oração cristã. A oração
correcta não deve implorar uma coisa qualquer, ela deve implorar para que o
verdadeiro dom de Deus se manifeste na essência que é Ele próprio. Para S.
Agostinho isto está bem demonstrado no “Pai-Nosso” quando dizemos “o pão-nosso
de cada dia nos dai hoje”, Deus é portanto o “nosso pão”, mas este “nosso” está
posto como doado a nós, tal como o Espírito Santo e mesmo o próprio Jesus Cristo.
A Santíssima Trindade é a expressão da doação total de Deus, através do Dele -
que também nos foi doado - conseguimos alcançar e entender o Amor permanente e
eterno de Deus por nós.
“O amor (caritas), é que faz a separação
entre a esquerda e a direita (cf. Mt. 25).
O que ama está à direita, o que não ama
está remetido para a esquerda. Sem amor nada “de bom” é realmente bom.”
Para S.
Agostinho esta visão está assente de forma nítida em Paulo e Tiago. Eles são
uma referência essencial da fé operante no amor, para S. Tiago a fé tem mesmo a
capacidade de salvação, mas esta terá de ser inspirada pelo Espírito, porque a
fé que é própria até dos demónios, mas esta que não pode salvar (cf. Tg. 2, 19).
A fé pode até existir mas não salva só por si, só através do amor posto na fé
(acção do Espírito Santo) é que alcançaremos a verdadeira salvação.
Esta é
sem dúvida uma conclusão importante e valida, não basta acreditar para que a
acção de Deus se concretize, sem a acção do dom do amor, através do Espírito
Santo a transcendência não se manifesta. Não basta “dizermos” que acreditamos
em Cristo, é necessário que este acreditar seja causa de adesão. Só desta forma
a fé leva a que sejamos contemplados pelas maravilhas do Senhor, no entanto
para encontramos o caminho na sua direcção muitas vezes implica renúncia de
estilos de vida às quais abraçamos como as “mais correctas”, e isto leva a que
nos falte a coragem, ficando o derradeiro passo sempre por dar.
Ao
lermos o Evangelho (e como já se abordou atrás) notamos que o próprio demónio
conhece bem quem é Jesus, daí que não basta sabermos quem é Jesus para que Ele
viva em nós. Para que tal aconteça temos de ter uma atitude firme no amor para
com Ele. A sede por Deus, é a sede do Amor, é no fundo estarmos sempre de coração
aberto para recebê-lo, e esta atitude é revelada através da relação que temos
perante os outros.
Jesus que é Deus deu a vida por nós, como
acto mais supremo de amor, nós estamos hoje aptos para dar o quê aos nossos
irmãos?
É nesta
“caritas” que se vê o cristão, e a partir deste ponto que se liga os
sacramentos a doutrina (Eclesiologia) à Pneumatologia.
Foi
pois com base nisto que se levantou o confronto de S. Agostinho com o
donatismo. Para ele os donatistas, que tinham os mesmos sacramentos que a Igreja
Católica, falharam. Para S. Agostinho os donatistas quebraram o amor, e sem
amor nunca se atinge a verdadeira salvação. A ideia de perfeição do donatismo
eleva-se à própria unidade, renunciando desta forma ao próprio amor. Para S. Agostinho a Igreja é Caritas. A
essência da Igreja deverá ser sempre conduzida pela fé, e esta fé terá de estar
sob o comando do amor. Como tal e analisando de uma forma mais profunda esta
noção, o amor não se insere em
descriminar, o amor está contido no unir (communio).
”Enquanto criatura espiritual, enquanto
corpo do Senhor edificado pelo “Pneuma”, que se torna corpo de Cristo, já que o
“Pneuma” torna os homens capazes do “communio”, assim enquanto criatura do
Espírito, a Igreja é o “dom” de Deus neste mundo, e este “dom” é amor”.
Um
cristão nunca poderá ser visto como pertencer a uma seita separada dos outros.
O Cristão tem de estar sempre ligado a todos (crentes e não crentes), com o
objectivo de levar a todos a Pascoa do Senhor. Esta ligação à comunidade
inteira terá de estar suportada na humildade e amor – temos de ser suporte e
esperança para todos que buscam o sentido para as suas vidas – pois caso
contrário ficará em falta o Espírito Santo, que é quem unifica. Nós cristãos
temos pois a obrigação de juntarmo-nos na verdadeira comunidade dos crentes.
Desta forma a afirmação “A Igreja é Caridade” não fica confinada a um âmbito
puramente dogmático-académico, mas remete para o dinamismo que edifica a
unidade que se demonstra na coesão mútua da Igreja. Desta forma para S. Agostinho,
o cisma é uma heresia pneumatológica, já que confronta o princípio existencial.
Esta virtude no pensamento de S. Agostinho, teve na sua execução um carácter
extremo, que mais tarde abordarei, no entanto a essência do pensamento é
fascinante e revestido de uma importância impar para todo o pensamento do
Cristianismo. A noção de amor que S. Agostinho tem acerca da missão da Igreja,
é algo que não se pode perder, o amor é a pedra basilar para a Salvação do
mundo, sem ele nada é possível.
É
importante salientar o seguinte, para S. Agostinho e também na linha do meu
pensamento pessoal, a caridade não está automaticamente ligada àqueles que
permanecem à Igreja, aliás esta noção é bem visível, o facto de se dizer que se
pertence à Igreja não significa que se esteja, à partida, imbuídos pelo dom da
caridade, a única certeza que podemos ter é que ao afastarmo-nos da Igreja,
afastamo-nos também do sentido profundo da caridade. Através da Igreja temos
uma via, que se utilizada no interior do ser humano, somos tocados pela
caridade: “quanto mais a pessoa é da Igreja, tanto mais tem o Espírito Santo”.
O sentido do Cristianismo está presente nesta denominação do espírito como
amor, aliás é aqui que assenta todo o significado da Trindade, ou seja, o
sentido de união acontece no amor – caridade.
Devido
às divergências entre a Igreja Católica e o donatismo, levou a que passassem de
pontos de vista diferentes ao nível verbal e conceptual, para a prática de
actos violentos. No início houve por parte dos donatistas uma acção de grande
violência contra a Igreja Católica, esta em resposta, agiu também com
violência. Para muitos aqui se lançaram os primeiros passos para uma inquisição
dura por parte da Igreja Católica…
Esta
ligação da Igreja e amor, por mais profunda e compreensível que seja, acarreta
também os seus perigos. Esta visão, se deturpada, poderá levar a restrições
perigosas. A Igreja vista como amor para ter uma expressão de verdade e de
ligação a Jesus Cristo, nunca poderá desligar-se do Espírito, esta ligação terá
estar presente não só enquanto existência concreta para os féis, como na sua
vertente institucional.
Irmãos, não basta afirmarmos que a Igreja é
Amor, ela tem de o ser na sua verdadeira forma, ou seja, através do Espírito
Santo. O próprio S. Agostinho para concretizar esta noção, levou
a pactuar com algumas práticas perigosas, que iram marcar a história da Igreja
da Idade Média e da Idade Moderna.
Como já
referi atrás, no final deste capítulo vou procurar aprofundar um pouco mais a
vida e pensamento de S. Agostinho, no entanto gostaria de referir o seguinte:
S. Agostinho é uma das figuras mais importantes na formação do pensamento
cristão, a sua acção foi, e é ainda hoje, uma grande referência inspiradora
para toda a Igreja, e também fonte de inspiração e força orientadora do meu
pensamento, no entanto, e na linha de grandes pensadores do Cristianismo, com o
passar dos anos as suas ideias tornaram-se mais radicais, caindo por vezes numa
certa contradição com a essência belíssima do seu pensamento. Infelizmente não
poderemos esquecer que ele com a sua posição mais radical, levou a que nunca se
opusesse a uma inquisição violenta, chegando mesmo a entendê-la e em certa
medida a apoiá-la. Devemos pois estar bem atentos quando abordamos a ligação
entre o homem e o divino, o risco entre o bem e o mal fica muitas vezes
confinado um “traço fino”, em que o calcamos sem termos de imediato uma
percepção concreta desta acção. Muitas vezes julgamos que estamos a actuar
segundo a Palavra do Senhor, mas se reflectirmos com atenção, estamos a impor
regras e preconceitos que desvirtuam a essência da Palavra, chegando mesmo a
contradizê-la, ou a tirarmos conclusões que efectivamente não existem no
Evangelho… Isto é um dos grandes perigos, e que para os quais teremos todos de
estar atentos. É importante denunciar sempre que tal aconteça, esta é uma
obrigação de todos os crentes perante a Igreja e perante a Verdade. É neste
ponto em que a comunidade cristã leiga poderá dar um contributo importante à
Igreja.
Só no
Amor é que o Senhor se revela como Verdade e Vida. Para aqueles que duvidam e
que chegam mesmo a por à prova a acção de Deus, alegando para isso as tragédias
que acontecem à humanidade fica esta pequena reflexão:
Deus
não é o responsável dos males que os homens comentem entre si. Jesus Cristo
manifestou como grande ensinamento: o respeito que deveremos ter pelo próximo é
igual ou maior àquele que damos a nós mesmos. A sua existência não assenta na
nossa posição de o pormos à prova, mas sim na nossa postura de o seguirmos em
fidelidade e amor, para deste modo alcançar a glória. Ninguém conhece Deus de
uma forma completa e total, no entanto sem caridade, nunca mas mesmo nunca
chegaremos a Ele, portanto se aderirmos de coração aberto à proposta de Deus
seremos tocados pela sua divindade, e em comunhão com todos em Jesus Cristo
encontraremos o caminho rumo à Vida Eterna. Só poderemos entender Deus se
entendermos Jesus, Ele que é a presença do Verbo feito carne, é também o
caminho da razão e da salvação. Ele que é Deus feito homem, indica-nos como
alcançar a salvação, segui-Lo é entendê-Lo, segui-Lo é no fundo estarmos no
caminho do encontro com a essência primeira e última de todos as coisas. Desta
forma o progresso científico, só tem ligado a si o desenvolvimento se tiver
como foco o homem em toda a sua totalidade. Daí que sem caridade nada se
alcança, só na caridade estaremos no caminho da verdade, que se expressa no
próprio Deus.
Claro
que ao concluir o sentido da Igreja enquanto instrumento do amor (caridade) e
salvadora, com isto não estou a afirmar que ela não tenha um caminho bem
definido, mas por outro também não me estou a referir a uma Igreja que “não
olhe para os lados” e que com isto se torne instrumento de intolerância. O
intolerante torna-se intolerável, e isso fará com que se desvie na essência da
caridade comandada pelo Espírito Santo e que lhe foi concedida como dom através
de Jesus Cristo. Tendo os “olhos” sempre focados em Jesus, a Igreja estará
sempre no caminho correcto, porque só através Dele a salvação e a verdade
estará ao alcance do homem. É assim que a Igreja deverá ser sempre…
A
Igreja terá de ter uma consciência que não se pode fechar no empirismo, ela que
administra os sacramentos e transmite a Palavra de Deus nunca poderá dividir-se
entre “Igreja de Espírito” e “Igreja instituição”.
Daí que
para S. Agostinho a busca do Espírito não poderá ser realizada a partir do
exterior, para ele ao fazer-se isto fica-se sem entender a obra da Pneuma: o
amor que une para o permanecer. O grande mistério cristológico liga-se à noção
que Cristo não é somente Aquele que ascende, mas é também Aquele que desceu.
Ele portanto está simultaneamente ao lado de Deus (que nos dá), e ao nosso lado
(que recebemos). Desta forma voltamos à Eclesiologia e à Cristologia: A Igreja
está ligada a Cristo como Aquele que desceu, ou seja, Ela deverá ser sempre a
continuação da humanidade de Jesus Cristo.
“Em todos os dons, é dado o dom – Espírito
Santo”.
Claro
que com esta afirmação S. Agostinho que referir que este dom está ligado sempre
a Jesus Cristo (demonstrado na Santíssima Trindade), portanto a meta final de
todos os dons chama-se: “Unidade”. Esta unidade deverá ter um carácter
constante e persistente, e a Igreja deverá ser o espelho concreto desta união.
Na sua eterna unidade com Deus, Jesus Cristo deu-nos o dom do Espírito Santo,
portanto o dom é também o próprio Jesus Cristo, a Trindade tem na realidade
esta forma de dom – Deus, Jesus e Espírito Santo. É neste permanecer na unidade
do amor, que através do Espírito Santo somos libertados.
Para S.
Agostinho, o cativeiro aprisionado, que antes impedia a construção, é o diabo,
ou seja, o diabo é o cativeiro, o exílio, o ser retirado de si mesmo, aquele
que se encontra no vazio, sem pátria – é exactamente nesta aparente liberdade
que estamos verdadeiramente exilados e presos. S. Agostinho nesta conclusão,
não se apoia apenas numa teoria dogmática ou filosófica, mas também a partir da
sua experiencia concreta de vida pessoal.
A
vitória está portanto no “regresso a
casa” (Lc. 15, 11-32), edificando-a e tornando-a “Igreja”. A liberdade tem
aqui um sentido espiritual, que poderá colidir com o sentido actual. A
liberdade aqui está em tornar-se parte da casa, em ser-se inserido na sua
construção. Claro que temos aqui de ter uma noção que o conceito antigo de
liberdade estava ligado ao sentido de quem tem pátria é livre. No entanto ele
supera este conceito social de liberdade a partir da fé cristã: “a liberdade
está numa relação indissolúvel com a Verdade, que é a verdadeira pátria do
homem”.
A Verdade é a Liberdade, e só através de
Deus atingiremos a Verdade que nos Liberta.
Claro
que poderemos confundir aqui fidelidade com Espírito. S. Agostinho chegou a
grandes conclusões, no entanto a sua doutrina só por si não leva a uma
conclusão final no que diz respeito a uma espiritualidade total do
Cristianismo. Ele levantou as bases para o futuro da Igreja, e foi um dos
maiores interpretadores da Bíblia. Este homem foi mais longe do que qualquer
outro, e mesmo hoje, se quisermos analisar o dom de Deus e o sentido primordial
da Igreja nunca poderemos fazê-lo sem recorremos a este “doutor da Igreja”,
aclamado por Católicos e Protestantes.
A
Igreja para ter um verdadeiro significado de salvação, não poderá estar divida.
Esta divisão vem em discordância com a pretensão unificadora de Jesus Cristo.
Os próprios apóstolos tiveram no início certos conflitos que poderiam originar
rupturas, no entanto foi no primeiro concílio de Jerusalém (Act. 5, 2) que
Pedro, João, Tiago e Paulo viram que só através de uma união (“communio”) a doutrina de Jesus teria
um sentido profundo e marcante nas comunidades.
A
Igreja tem de estar sempre atenta ao mundo actual, e basear a sua resposta
sempre a partir da acção do Espírito que na verdade se baseia no amor salvador
do dom de Deus. Como a Igreja faz parte deste todo, também deverá “carregar a
ovelha perdida” (cf. Lc. 15, 4-7) e leva-la para casa. Amar é, antes de mais,
saber amar, ou seja, agir na caridade, não excluir, não fugir dos desafios, não
se ficar apenas pela palavra, a Igreja terá de ser capaz cada vez mais de amar
a todos, porque ela é misericórdia, e terá pois de acolher sempre mais um no
seu “banquete”. Ela terá de ter um “coração” de mãe, porque só num coração de
mãe cabe sempre mais um, porque só um coração de mãe é capaz responder a uma
falta com o perdão e amor. Tal como referiu o Papa João Paulo II na Encíclica –
“Mulieris Dignitatem” - : “… a presença especial da Mãe de Deus no mistério da
Igreja, nos consente pensar no vínculo excepcional entre esta “mulher” e toda a
família humana”.
Só
nesta atitude é que a Igreja tocará sempre em mais corações, tornando-se cada
vez mais uma acção concreta e real de Jesus Cristo na Terra.
Quem
deverá julgar não é a Igreja mas sim Deus, a função da Igreja deverá ser sempre
a de acolher em misericórdia e amor, porque Deus estará no fim presente para
fazer a “divisão entre do trigo e o joio” (cf. Mt. 13, 24-30). Com isto não
estou a referir-me a uma Igreja “cega”, antes pelo contrário, a Igreja terá de
estar de olhos bem abertos para a verdade, deverá denunciar a injustiças e ter
a coragem por lutar sempre para o bem comum. A sua função é bater-se para que
todos sejam o “trigo”, em unidade com Deus, Cristo e Espírito Santo. O
sofrimento dos homens terá de ser para a Igreja motivo também de sofrimento,
mas ao mesmo tempo de união e coragem para agir. A sua principal missão terá de
ser virada para uma acção em relação àqueles que mais sofrem.
Irmãos
a Verdade que está em Jesus Cristo, remete-nos sempre para o bem comum – e este
deverá ser sempre o primordial objectivo da Igreja -, lutar pela dignificação
do ser humano em todas as suas vertentes, mas não só de alguns homens, mas de
todos os homens, crentes e não crentes, só deste modo se concretiza a vontade
do Senhor. A divindade de Deus é em favor dos homens, de todos os homens, e ao
mesmo tempo de toda a Terra. A “consciência ecológica”, hoje tanto em voga, é
também, obviamente, uma vontade de Deus.
Para
quê que me interessa uma “verdade restrita” (só para alguns predestinados)?
A verdade
para ser útil tem de estar ao alcance de todos, só desta forma torna-se razão (“logos”). Quando dizemos que não
existem primeiros nem últimos, queremos também dizer que o que existem são
homens com o mesmo grau de importância ao “olhos” de Deus. Aqueles que nas
nossas cidades dormem nas ruas (e infelizmente cada vez mais em maior número)
na mais profunda pobreza, deverão ser a nossa vergonha, a vergonha de um mundo
ocidental “moderno”, mas que no entanto o tal progresso não teve também uma
medida humanitária que se impunha. Quando sofre um homem, sofre o Senhor, foi
isso que Ele sempre nos disse.
Quando
digo que a fé não é razão única e singular para a salvação, o que quero frisar
é que não basta “ser muito crente”, sem existir uma prática concreta, “ser
crente” apenas na palavra não é mais do que hipocrisia, a fé só tem razão de
ser se tiver uma acção em caridade, em que o Espírito Santo se manifeste como
dom de vida em Cristo. É assim que a fé ganha sentido, agir na verdade, sem
medo nem arranjando “desculpas” circunstanciais.
Foi
esta coragem que tiveram as primeiras comunidades cristãs. S. Estêvão o
primeiro mártir do Cristianismo, morreu quando falou com coragem acerca do fim
da Antiga Aliança operada pela redenção de Cristo, mas fê-lo sem receio porque
a sua fé concretizou-se em acção concreta. Claro que o exemplo de Estêvão é um
exemplo extremo, no entanto serve de modelo para os dias de hoje, em que, no
mundo ocidental, uma atitude concreta a partir da Palavra do Senhor não nos
levará ao martírio, no entanto passamos os dias a lamentarmos as injustiças, os
escândalos, a pobreza, a miséria, mas de concreto nada fazemos para alterar a
situação, pior ainda pactuamos com ela, escondidos atrás de uma capa mentirosa
de “impotência”, mas, na mais profunda hipocrisia, vamos à eucaristia todos os
domingos como grandes crentes, mas no entanto durante a semana Deus fica na
“gaveta”, ou melhor só nos lembramos Dele quando estamos perante uma aflição.
Afinal que cristãos somos nós na realidade?
Ser é
estar com…, ser é amar o próximo, ser é caminharmos juntos em direcção a Deus
em prefeita comunidade de paz, sem descriminações, contra qualquer tipo de
intolerâncias, combatendo sempre pela Verdade e a justiça. Ser é estar em
comunhão com Jesus Cristo fazendo da Sua palavra modo de vida. Eu acredito numa
Igreja como comunidade aberta, não a modas nem a tendências em voga, mas aos
homens vistos como filhos de Deus, buscando-os onde quer que eles estejam,
sejam eles quem forem, não impondo uma religião mas mostrando um caminho em que
através dele serão tocados pelo dom do Senhor e entenderão então o que é
Igreja. Impor algo não faz parte do sentido profundo da palavra de Jesus, a
imposição provoca resistência e intolerância e foi contra isto que Cristo mais
lutou, e que pela sua morte por crucifixão demonstrou a condição mais
degradante do ser humano, mas ao redimir os nossos pecados através do seu
sangue, foi precisamente na sua paixão e morte que nos mostrou o seu infinito
amor, na sua mais suprema glória.
Sem
caridade nada mas mesmo nada se realiza…
“Sit laus Deo Patri, summo Christo decus,
Spiritui Sancto tributos honor unus. Amen” (Gloria
seja a Deus Pai, glória a Cristo Rei, e ao Espírito Santo, seja toda a Trindade
a mesma honra. Amén)