O Amor de Deus anima toda a criação assumindo o rosto do
mistério da Trindade. Os três definem-se na Sua própria individualidade, mas
assumem-se através da unidade inserida na relação perfeita de Um no Outro;
desta relação mútua é nos apresentada a Sua capacidade de existir e de fazer
comunhão.
Não existe uma Pessoa sem a Outra Pessoa...
O Seu Reino apresenta-se constituído pela indissolúvel
relação de Amor-Ágape, este dinamismo é assim assumido por nós no pratica do
amor ao próximo enquanto caminho na direção a Deus. Mais do que relações
sacrificiais ou cultuais, aquilo que Deus quer: é o nosso coração, é o nosso
sim, em aceitarmos a sua presença como chama que nos abre a existência à
dimensão da caridade.
Sem dúvida que o acolhimento de Deus ultrapassa a própria
religião, Deus é sempre acolhido e entendido dentro da extrema fragilidade da
nossa vida, a relação com Deus tem sempre uma particularidade individual à qual
devemos respeitar.
Assim é importante termos a noção plena, de que nunca iremos
possuir Deus, Ele não se conquista a partir da nossa inteligência nem tão pouco
dos nossos méritos, é Ele que nos conquista através do Dom que que recebemos
(imerecidamente).
Ao ser “escândalo para os judeus e loucura para os gentios”
(1 Cor 1,23), fica bem presente a Sua indominável essência, mesmo dentro da
própria lógica humana.
Deus encontra-se acima dos nossos critérios...
Não remetamos Deus apenas para as práticas religiosas, não o
fechemos em orações extremamente palavrosas e ditas quase mecanicamente, sem
saborear as palavras, retirando muitas vezes a sensibilidade mística.
A oração deve ser uma abertura ao silêncio orante no qual
fazemos a experiência pessoal com mistério de Deus. É neste ir ao fundo do
nosso próprio mistério de viver, que muitas vezes encontramos os sinais que nos
dão sentido à existência. Para o crente a vida é uma permanente “história de
amor” na qual nos lançamos aos “braços” de Deus.
É pois necessário deixarmos Deus ser Deus, em todas as
circunstâncias da vida...
Deus é o mistério de uma dinâmica que se comunica entre Pai e Filho transbordando em Amor. Um amor que é “Emanuel”, envolvendo-nos pela suavidade do Espírito Divino.
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