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domingo, 20 de outubro de 2013

O homem autónomo está a tornar-se num homem autista.



Deus como qualquer pai quer que o seu filho se faça autónomo, que busque o seu caminho. No entanto esta autonomia está a tirar-nos a noção filial perante Deus, a liberdade está a ser colocada como fuga da nossa própria condição, tal como nos mostra o Evangelista S. Lucas em relação à parábola do filho pródigo (cf. Lc 15,11-32). Também nós estamos muitas vezes numa posição de filhos em busca de uma suposta liberdade, no entanto o que encontramos é a prisão e o desespero.


Em Deus encontramos a nossa morada e o nosso consolo, ao queremos libertar-nos Dele, caímos no labirinto do mundano, em que a vida se torna superficial, em que nos deixamos corromper pelo orgulho e a vaidade, em que tudo é feito na busca de um retorno, imperando fatalmente a satisfação pessoal e egoísta.
Perdemos a capacidade de escutarmo-nos, cada um tenta colocar a sua posição como “verdade universal”, deixamos de utilizar o silêncio e a solidão, enquanto fator para o encontro com Deus. Estamos a fazer da nossa solidão não a “fonte ” para uma abertura espiritual, mas sim de “terra seca”, tornando-nos “secos” por dentro, não existindo qualquer solução “cosmética” que mascare esta triste realidade. Só em Deus e perante Deus, a nossa vida é relativizada perante os horizontes que Ele nos dá, colocando-nos na direção correta (“oriens”), nesse caminho que Ele também faz na nossa direcção e que nem nos apercebemos.
  Deus não olha para os homens na aparência, mas sim no coração (cf. 1 Sm 17, 7). Infelizmente na condição em temos vivido na atualidade, também Deus aparece como peça descartável, em que só o buscamos quando nos é útil, vivemos uma vida na mais pura ausência de Deus. 




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