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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Questões do "crer"


A Verdade reside muito mais dentro da simplicidade das coisas do que nas teorias mais elaboradas e de difícil compreensão, aliás é na simplicidade que muitas vezes nos é revelada a verdadeira autoridade divina, porque ela revela-se no sentido mais essencial, estando mesmo provida de um sentido prático assumida pela acção.

 A autoridade (não autoritarismo) que se faz exemplo, tem a sustentação na concretização da Palavra, Jesus Cristo tinha autoridade já que ele assumiu a sua Palavra no sentido concreto da acção, indo mesmo ao extremo de dar a vida. 



Se este “crer” tivesse uma conotação redutora de uma mera probabilidade, a própria teologia teria um sentido praticamente nulo, e a fé não seria mais do que uma contradição feita dúvida.
Isto significa que quando dizemos “tenho fé que Deus me ampare”, a frase poderá muitas vezes ficar desprovida do sentido mais profundo, já que a “fé”, inserida nesta forma de pensamento, seria uma probabilidade e nunca uma certeza. Muitos usam a palavra fé com esta conotação redutora, não lhe conferindo um carácter de profunda certeza.
Na visão pura do pensamento cristão, quando se usa o termo “eu creio”, está a afirmar-se uma certeza que supera mesmo a própria ciência. Mas neste aqui, como Bento XVI tão bem refere, existe também um sentido do “ainda não”.

Aqui surge-nos uma questão óbvia: não será este tipo de fé uma via para a dúvida, e esta dúvida não será mesmo uma condição necessária para a própria fé?
Não será que realmente a fé tem ligada a si um “talvez”?
A resposta está contida na forma de como o homem chega à certeza.
Se realmente as únicas formas de certeza fossem aquelas que estão ligadas às respostas das ciências modernas, então a fé seria classificada nesta forma do “talvez”, podendo mesmo em casos mais extremos confundir-se com a dúvida.

 

A palavra que o Senhor nos trouxe descreve a própria essência – o Amor.
Na realidade é impossível submeter o amor aos métodos das ciências modernas, desta forma o Amor que existe entre Deus e o homem não tem explicação possível no pensamento objectivo. A Verdade é na realidade assente no Amor, daí que a Fé sem este carácter de amor deixa de ter qualquer sentido.

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