A
Verdade reside muito mais dentro da simplicidade das coisas do que nas teorias
mais elaboradas e de difícil compreensão, aliás é na simplicidade que muitas
vezes nos é revelada a verdadeira autoridade divina, porque ela revela-se no sentido
mais essencial, estando mesmo provida de um sentido prático assumida pela
acção.
A autoridade (não autoritarismo) que se faz exemplo, tem a sustentação
na concretização da Palavra, Jesus Cristo tinha autoridade já que ele assumiu a
sua Palavra no sentido concreto da acção, indo mesmo ao extremo de dar a vida.
Se este
“crer” tivesse uma conotação redutora de uma mera probabilidade, a própria
teologia teria um sentido praticamente nulo, e a fé não seria mais do que uma
contradição feita dúvida.
Isto
significa que quando dizemos “tenho fé que Deus me ampare”, a frase poderá
muitas vezes ficar desprovida do sentido mais profundo, já que a “fé”, inserida
nesta forma de pensamento, seria uma probabilidade e nunca uma certeza. Muitos
usam a palavra fé com esta conotação redutora, não lhe conferindo um carácter
de profunda certeza.
Na
visão pura do pensamento cristão, quando se usa o termo “eu creio”, está a
afirmar-se uma certeza que supera mesmo a própria ciência. Mas neste aqui, como
Bento XVI tão bem refere, existe também um sentido do “ainda não”.
Aqui
surge-nos uma questão óbvia: não será este tipo de fé uma via para a dúvida, e
esta dúvida não será mesmo uma condição necessária para a própria fé?
Não
será que realmente a fé tem ligada a si um “talvez”?
A
resposta está contida na forma de como o homem chega à certeza.
Se
realmente as únicas formas de certeza fossem aquelas que estão ligadas às
respostas das ciências modernas, então a fé seria classificada nesta forma do
“talvez”, podendo mesmo em casos mais extremos confundir-se com a dúvida.
A palavra que o Senhor nos trouxe descreve a própria essência
– o Amor.
Na
realidade é impossível submeter o amor aos métodos das ciências modernas, desta
forma o Amor que existe entre Deus e o homem não tem explicação possível no
pensamento objectivo. A Verdade é na realidade assente no Amor, daí que a Fé
sem este carácter de amor deixa de ter qualquer sentido.
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